Activista Geraldo Dala denuncia perseguição da Polícia e dos Serviços de Segurança do Estado
Oiça aqui:
O activista cívico, Geraldo Dala, disse que a sua vida corre perigo, devido à “perseguição”, que afirmou estar a sofrer, alegadamente dos Serviços de Segurança do Estado e da Polícia Nacional, que terão estampado o seu rosto numa das páginas da corporação considerando o mesmo como sendo “altamente perigoso”.
Rádio Angola
Em entrevista ao portal Rádio Angola, Geraldo Dala disse que está tranquilo e que a sua consciência não lhe permite ceder a pressões, por isso, segundo o activista, vai continuar a lutar contra as “injustiças” e violação dos direitos humanos.
Geraldo Dala contou que tudo começou no dia 26 de Fevereiro na província do Huambo, onde esteve a participa num encontro nacional dos activistas.
“Comecei a receber chamadas telefónicas fora de horas normais, aproximadamente 23 horas, exigindo que eu dissesse o lugar onde estava a decorrer o encontro e as razões do mesmo”.
Terminado o encontro, de acordo com o activista, “dirigi-me a minha terra natal, a província do KuandoKubango, com o objectivo de visitar meus familiares, onde após dois dias de estadia começaram as rondas na casa onde eu estava hospedado, no bairro saúde, a mesma, propriedade da irmã mais nova da minha mãe”.
“Pessoas civis interpelavam as crianças com a minha fotografia tentando arrancar deles informações a meu respeito. Num dos casos chegando mesmo a seguir-me, depois de sair de casa sem sequer ter-me apercebido, facto testemunhado e acompanhado por um dos familiares que também seguiu o meu seguidor, pois estavam todos em alerta máxima”.
Disse que neste mesmo dia (5 de Março) teve um encontro com os jovens contestários de Menongue, essencialmente a fim de conhecê-los e, após este facto as suas casas foram “interpoladamente cercadas na véspera da vinda do cidadão João Lourenço a Menongue. Dois deles, nomeadamente Amadeu Lucas e Odávio Lógico Dias forcando-os a abandonar as suas residências para fugir de tanta perseguição”.
Em entrevista à Rádio Angola, Geraldo Dala contou ainda que o facto principal ocorreu quando, a partir do dia 7 de Março, começa a circular nas redes sociais um panfleto em que foi identificado como “altamente perigoso, acusando-me como autor dos crimes de rapto e assalto à mão armada. Solicitando a quem tivesse informações sobre mim que comunicasse imediatamente à polícia”.
“Nesta altura eu encontrava-me no município do Kuchi, minha terra natal, em visita à minha querida mãe. Por dificuldades de comunicação da rede Unitel muitos companheiros tentavam contactar-me mas sem sucesso”, disse.
Explicou que o real motivo “deste jogo sujo deveu-se ao temor da realização de uma manifestação contra o desemprego, a má governação, a pobreza e a falta de infraestruturas sociais na província por ocasião da vinda do cidadão plenipotenciário de Angola, João Lourenço. As forças castrenses entraram em acção com toda a sua engrenagem produzindo vitupérios, calúnias e difamações”.
Referiu por outro lado que, no dia 9 de Março, a sua minha mãe, que disse ser muita conhecida no município do Kuchi, “foi contactada por agentes do SINSE com alegações de que eu estava proibido de abandonar o mesmo município sob pena de me impedirem a todo o custo”.
“Igualmente, foi informada que eu tinha recebido um financiamento da UNITA e dirigi-me ao Kuando-Kubango para facilitar a compra da consciência e mobilização de jovens a realizar uma onda de manifestações na província. Concomitante, estava eu proibido (segundo eles) de frequentar algum bar, cantina ou qualquer taberna evitando assim contacto com os jovens locais, meus correligionários”, disse.
Geraldo Dala descreve que ficou “confinado” em casa nos dias 10 e 11 de Março com agentes à paisana a cerca de 200 metros da residência da sua mãe e disse que “neste momento temo pela vida dela e não pela minha”.