A importância da visitação pastoral – Pedro Muenho

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Ellen G. White, uma das figuras mais influentes do movimento adventista, não hesita em chamar de “infiel” o pastor que negligencia a visitação. Em suas palavras, “cumpre educar-vos e exercitar-vos a vós mesmos no visitar toda família a que vos seja possível obter acesso.” Segundo ela, esse trabalho é crucial e os resultados demonstram que a visitação é a obra mais proveitosa que um ministro evangélico pode realizar. A negligência nesse aspecto é vista como uma falha grave, com implicações espirituais profundas.

A experiência de um colportor evangelista

Durante meus anos como estudante em uma instituição adventista, tive a oportunidade de trabalhar como Colportor Evangelista em diversas cidades do Brasil. Essa experiência revelou como a presença de um Colportor pode reavivar igrejas, especialmente em áreas onde a visitação pastoral é rara. Frequentemente, sou convidado a visitar irmãos, ouvir suas histórias e levar mensagens de esperança.

Em muitas regiões, a visita do pastor é infrequente, devido à vasta área que ele precisa cobrir. Normalmente, ele visita cada igreja a cada três meses, o que torna a visitação pessoal um ato raro, mas transformador.

Um testemunho de conversão

A alguns anos atrás, enquanto colportava em Petrolina (PE), conheci um enfermeiro que compartilhou sua história de conversão. Trinta anos atrás, um pastor recém-chegado visitou sua casa no interior do Piauí e, durante a conversa, falou sobre as instituições escolares adventistas. Motivado por essa visita, o jovem decidiu deixar sua cidade em busca de um futuro melhor, mudando-se para São Paulo e, eventualmente, encontrando sua esposa.

A visitação e seus objectivos

Michael W. Campbell identifica quatro objetivos básicos da visitação pastoral: fortalecer relacionamentos, edificar espiritualmente, reforçar a conexão do crente com a igreja e praticar a oração individualmente. Esses objetivos ressoam profundamente na vida de muitos que receberam visitas significativas.

O exemplo de Jesus e Paulo

A Bíblia nos fornece exemplos poderosos de como a visitação pode impactar vidas. Jesus, ao visitar Naim, não apenas devolveu a vida ao filho da viúva, mas também deixou uma marca indelével na comunidade, levando todos a glorificarem a Deus (Lucas 7:11-17).

Paulo, por sua vez, dedicou-se a visitar as congregações que fundou, viajando milhares de quilômetros para fortalecer os novos convertidos. Ele entendia que a visitação era essencial para o crescimento espiritual das igrejas, como evidenciado em suas cartas e viagens missionárias.

A visitação pastoral é mais do que uma simples formalidade; é um ato de amor e cuidado. Ellen White afirma que a grande obra da mensagem do terceiro anjo pode ser concluída através da visitação perseverante nos lares. Deus nos oferece o maior exemplo de visitação, estando presente em nossas vidas, especialmente no Sábado.

Assim, a visita salva e edifica, tornando-se uma ferramenta poderosa para transformar vidas e fortalecer a fé.

Pedro Muenho- bacharel em jornalismo, pós-graduado em teologia e mestre em Direção de Recursos Humanos.

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