MARGINAIS RAPTAM CHINESES E PEDEM RESGATE DE 100 MILHÕES DE KZ

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Já estão identificados os marginais que raptaram dois cidadãos chineses em Luanda e exigiam o pagamento de 100 milhões de kwanzas aos amigos das vítimas. Trata-se de dois funcionários da “Cidade da China”, soube o Novo Jornal de uma fonte policial.

Fonte: Novo Jornal

O rapto aconteceu por voltas das 13 horas do dia 7 de Janeiro, na rua do Patriota, quando dois chineses identificados por Peng e Sound, de 50 e 35 anos respectivamente, foram interpelados por três marginais que se faziam transportar numa motorizada, tendo estes levado as vítimas ao Km 30, em Viana, enquanto um outro comparsa fazia a negociação do resgate com os amigos das vítimas.

Contactado pelo NJ, o secretário-geral da União dos Voluntários Chineses em Angola, Juan Chang, esclareceu que, no mesmo dia, não tinha sido raptado apenas um cidadão chinês, como uma estação de rádio anunciara nesse dia, mas sim dois da mesma família, tio e sobrinho.

“A notícia que passou na rádio falava apenas do rapto de um chinês, mas, na verdade, foram dois e os valores pagos não foram de 7 milhões mas sim de 5 milhões de kwanzas. Da conversa que manteve com eles disseram-lhe ainda que durante o tempo que ficaram nas mãos dos marginais não sofreram qualquer agressão”, realçou.

Juan Chang disse, por outro lado, que os dois chineses raptados acusam dois funcionários da empresa de serem os autores do crime e que, para o efeito, estes terão convidado os amigos.

“Os dois funcionários, depois da entrega dos valores, abandonaram o local e nunca mais compareceram aos seus postos de trabalho. Nós estamos muito preocupados com esta situação porque muitos desses raptos são praticados por trabalhadores dos chineses”, referiu o secretário-geral da União dos Voluntários Chineses em Angola.

Questionado se as duas vítimas apresentaram queixa à polícia, Juan Chang respondeu que sim: “Eles apresentaram queixa numa das esquadras do Golfe 2, e tenho a certeza que a polícia vai mais uma vez colocar esses marginais na cadeia”. Acrescentou depois que os sequestros, roubos e mortes de cidadãos chineses continuam a ser uma inquietação que preocupa a comunidade chinesa em Angola.

Contactado pelo Novo Jornal, o porta-voz do Gabinete de Comunicação Institucional do Comando Provincial de Luanda, Mateus Rodrigues, disse que a investigação criminal de Luanda trabalha no caso, não avançando mais pormenores, para não “atrapalhar” as investigações em curso.

Recorde-se que em 2017 um cidadão chinês identificado por Zhu Yong, de 62 anos, foi assassinado no bairro do Kikuxi, município de Viana. O acusado, de nacionalidade angolana, era funcionário de Zhu Yong e confessou autoria do crime. Alegria Domingos Bizerra, de 23 anos, contou com a colaboração de mais dois elementos, os quais estavam foragidos e mais tarde soube-se que um se encontra na província do Bengo e o outro no Kwanza-Sul.

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