Partidos na oposição declaram controlo cerrado ao MPLA no combate à corrupção e enriquecimento ilícito

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A UNITA, CASA-SE, PRS e FNLA quatro formações partidárias na oposição que participaram na Eleições Gerais de 23 de Agosto de 2017, voltaram publicamente a não reconhecer os resultados eleitorais da CNE que deram vitória ao MPLA com maioria qualificada e lançaram um protesto “veemente” contra ao que classificam de “golpe eleitoral”.

Gonçalves Vieira

Numa declaração conjunta lida pelo líder da FNLA, Lucas Benghy Ngonda, na presença de Isaías Samakuva, Abel Chivukuvuku e Benedito Daniel, os subscritores do documento que já decidiram que assumem os assentos na Assembleia Nacional, declaram a sua prontidão para cerrar a oposição ao MPLA e combater a corrupção, a má gestão, o desperdício, a pobreza, a exclusão social e a tirania institucionalizada contra as liberdades.

“Vamos adoptar uma atitude intransigente relativamente a todas as violações à Constituição e à Lei e suscitar o surgimento de um amplo movimento social para a reforma dos sistemas, processos e procedimentos que concorram para a organização e condução de eleições, com vista a criar-se de um ambiente capaz de dar garantias futuras de eleições, imparciais e com ética”, lê-se na declaração conjunta.

O documento inscreve ainda que a oposição deverá adoptar uma atitude intransigente relativamente a todas as violações à Constituição e à Lei e suscitar o surgimento de um amplo movimento social para a reforma dos sistemas, processos e procedimentos que concorrem para a organização e condução de eleições, com vista a criar-se de facto um ambiente capaz de dar garantias futuras de eleições isentas, imparciais e com ética.

A UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA entendem que o Parlamento deve ser utilizado como palco privilegiado da luta democrática “contra a corrupção, à má gestão, ao desperdício, ao agravamento da pobreza, à tirania institucionalizada contra as liberdades e a exclusão social, bem como lutar pela despartidarização da comunicação social e do Estado e pela realização de eleições autárquicas num prazo de tempo razoável”.

Na declaração, os líderes na oposição em Angola sublinham que a posição final do Tribunal Constitucional sobre as eleições gerais conferiu legitimidade política, de forma administrativa, ao MPLA.

“Os cidadãos viram também coartada a sua liberdade por impedimento de mais de 4,5 milhões de angolanos de exercerem o seu direito de voto, na obrigação a participarem em actos políticos e de até a boca das urnas serem compelidos a votar num partido”, acusam as quatro forças políticas da oposição com assento parlamentar, insistindo na ideia de que o sufrágio de 23 de Agosto não foi abrangente.

Acompanhe aqui na Página da Rádio Angola o áudio completo da Declaração Conjunta da Oposição: