Ministra da Saúde constata andamento das obras do novo Instituto de Medicina Forense na Camama
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, visitou neste domingo, 16, as obras do novo Instituto de Anatomia e Medicina Forense (IAMF), em construção no município do Camama, em Luanda, onde constatou o grau de execução da infraestrutura.
A governante, que esteve acompanhada pelo secretário de Estado para a Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio, bem como por directores nacionais, consultores, empreiteiros e fiscais da obra, ficou a saber do nível de execução física do projecto, que se encontra neste momento em 61%.
Em comunicado, o Ministério da Saúde (MINSA) refere que o Instituto de Anatomia e Medicina Forense “é um centro especializado que aplica conhecimentos das áreas da medicina e do direito para analisar corpos e vestígios, auxiliando a justiça na elucidação de crimes e noutras questões legais, incluindo a determinação da causa de morte”.
“Trata-se de uma vertente especializada da medicina legal que utiliza métodos científicos para recolher, analisar e interpretar evidências, como autópsias, exames tanatológicos e análises de DNA, oferecendo respostas periciais fundamentais para processos judiciais e investigativos”, acrescenta
De acordo com o MINSA, além do rigor técnico, estas instituições asseguram o tratamento digno dos corpos e oferecem condições adequadas para o acolhimento das famílias.
Entretanto, durante a visita às obras do futuro Instituto de Medicina Forense, a ministra Sílvia Lutucuta sublinhou que a nova instituição permitirá um salto qualitativo no tratamento dos casos forenses no país.
“Estamos a criar um espaço moderno, com capacidade técnica e humana para garantir dignidade aos nossos cidadãos, mesmo após a morte. Aqui serão estudados e tratados corpos de pessoas que morrem em casa, na via pública, em acidentes e em outras circunstâncias que exigem perícia médico-legal. O nosso compromisso é assegurar que cada família tenha respostas, condições de respeito e um ambiente apropriado para o reconhecimento e despedida dos seus entes queridos”, afirmou.
O projecto integra um conjunto amplo de infra-estruturas especializadas, incluindo área de autópsias, laboratório de DNA, salas de anatomia patológica, áreas técnicas de conservação, identificação e armazenamento, uma nova morgue equipada, salas de visualização, zona de descontaminação, reservatórios de água, uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR), sala de média tensão e salas de geradores e transformadores.
Uma das grandes novidades do instituto será a instalação de um crematório, o primeiro deste tipo no país, ampliando as opções de gestão e destino final dos corpos, em respeito às necessidades das famílias.
No total, o edifício contará com 200 gavetas de armazenamento, áreas administrativas, espaços de atendimento ao público, recepção, salas de espera para familiares, serviço de registos e áreas laboratoriais de alta complexidade.

Segundo a ministra, a conclusão do Instituto de Medicina Forense representa um marco para o país, por permitir maior capacidade de investigação médico-legal, aceleração dos processos de identificação de corpos, melhor preservação de evidências e reforço da formação de especialistas, preparando o caminho para a expansão da medicina legal e das equipas de autópsia. A ministra reconheceu que o projecto enfrenta alguns desafios financeiros e logísticos, mas garantiu que o Executivo está a trabalhar para assegurar a continuidade da obra.
Adiantou ainda que muitos equipamentos já foram aprovados e adquiridos, e que o Ministério da Saúde está empenhado em cumprir as etapas finais.
A construção e o apetrechamento deste novo instituto deverão transformar significativamente a resposta nacional em matéria de medicina forense, elevando a capacidade científica do país e reforçando o compromisso com a dignidade humana, a justiça e o atendimento às famílias que dependem destas estruturas.

