Konda Marta acusa efectivos da PIR e DIIP de terem baleado seguranças da empresa
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Três agentes de segurança privada “Mambros”, contratada pela empresa “Konda Marta”, foram brutalmente espancados e baleados na noite quinta-feira, 30 de Outubro, na Camama, por supostos agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), departamento afecto ao SIC, alegadamente a mando de um superintendente, identificado por Sebastião António, da Esquadra do Chinguar, no município do Talatona, em Luanda.
A denúncia foi avançada em conferência de imprensa nesta sexta-feira, 31 de Outubro, no local em que ocorreu o incidente pelas vítimas, que descreveram que “eles vieram mesmo para matar”.
Lopes José Dores, de 54 anos, antigo militar, contou que foi atingido com três tiros no peito e disse não ter morrido “graças a Deus”. “eram 15 elementos armados trajados com a farda da PIR e coletes do SIC – todos armados”, reforçou.
“Eles vieram para matar e não para fazer patrulhamento, pois estavam mascarados e armados”, lamentou.
Os seguranças dizem terem sido surpreendidos às 22h40, de quinta-feira, 30, no terreno que, em Agosto deste de 2025, foi restituído à empresa Konda Marta, pelo Tribunal da Comarca de Luanda.
Ao acessarem o espaço, supostamente vendido a um cidadão libanês pelo antigo chefe da Fiscalização da Camama, Sebastião Fernando Manuel António, agora efectivo da Polícia Nacional do Talatona com a patente de superintendente-chefe, os presumíveis efectivos da PIR e do DIIP dispararam indiscriminadamente contra os seguranças desarmados, tendo atingido quatros deles.
Um dos seguranças relatou que foi atingido na região lombar, acima das nádegas, sendo que a bala permanece encravada no corpo e aguarda deste modo por uma intervenção cirúrgica para a remoção do engenheiro.
Além de serem atingidos com balas reais, os quatro agentes de segurança, que não conseguiram escapar das mãos de “efectivos furiosos” pela disputa de terrenos na Camama, afirmam terem sido brutalmente espancados com barrotes, paus e porretes, deixando-os entre a vida e a morte.
Após acção, as vítimas foram socorridas uma hora depois da comunicação à direcção da empresa Konda Marta, que prontamente levou os feridos para o Hospital Geral de Luanda (HGL). “Eles até seguiram até ao hospital para certificar se de facto tinham morrido ou não”, disse um dos responsáveis da Konda Marta.

Direcção da empresa defende responsabilização criminal aos implicados
O Presidente do Conselho de Administração da Konda Marta, Daniel Afonso Neto, acusou directamente o oficial Sebastião Fernando Manuel António, superintendente do Talatona, que “tem interesses nos terrenos de camponesas” de ser o mandante do acto criminoso efectuado pelos agentes.
“O Sebastião Fernando começou a promover a ocupação ilegal dos terrenos, quando ainda era chefe da fiscalização e depois nomeado ao cargo de sub-chefe. Em 2022 passou a integrar o DIIP do Chinguar, no Talatona”, disse Daniel Neto.
Para o também Tenente-Coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA), o “oficial” Sebastião Fernando Manuel António “não tem competência para movimentar tropas especiais, sem a autorização do Comando-Geral da Polícia Nacional”, sublinhou para quem “isto prova que há envolvimento do Francisco Ribas nesta acção”, acusou.
O PCA da Konda Marta revelou a existência de “provas documentais inequívocas” e testemunhas sobre o “envolvimento” de Sebastião Fernando Manuel António na venda de terrenos da Konda Marta, sendo que um dos “clientes” é um cidadão de nacionalidade libanesa, que num dos terrenos foi construída uma fábrica de plástico.
A directora para área técnica, Joana Miguel Magita lamentou o sucedido, ressaltando que a Konda Marta continua a ser “perseguida e intimidada” desde 2016, por estar a defender a sua propriedade.
“Um dia o Sebastião Fernando Manuel António vai responder pela justiça, tal como aconteceu com o antigo comandante do Talatona, Joaquim do Rosário, que foi condenado recentemente”, afirmou, acrescentando que “foram eles que promoveram esta guerra, devido aos terrenos da Konda Marta”, denunciou visivelmente agastada com a situação.
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