Ministra da Saúde de Portugal constata funcionamento do Complexo Hospitalar “Pedalé”

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No quadro da visita oficial de trabalho a Angola, realizada de 3 a 5 de Outubro, a ministra da Saúde de Portugal, Ana Martins, visitou nesta sexta-feira, 3, o Complexo Hospitalar General “Tonha Pedalé”, tidas como uma das mais modernas infra-estruturas de saúde do país.

A visita foi conduzida pela ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutukuta, que apresentou à sua homóloga portuguesa as áreas clínicas, os equipamentos de alta tecnologia e os modelos de gestão implementados na unidade hospitalar.

O Hospital General “Tonha Pedalé” é uma unidade de alta complexidade, de acesso por via de encaminhamento médico, com foco no tratamento de doenças graves como Acidente Vascular Cerebral (AVC), cancro da mama, cirurgias de alta complexidade e investigação clínica. “Representa um marco significativo na modernização da saúde pública em Angola”, ressaltou Lutukuta.

Após a visita, a ministra portuguesa Ana Martins destacou a relevância do hospital e o impacto transformador das políticas públicas de saúde em curso no país. Em declarações à imprensa, a governante disse que a visita se enquadra “no reforço da cooperação bilateral, com base no Memorando de Entendimento e protocolos já existentes, sobretudo na formação especializada de quadros médicos”.

A ministra portuguesa realçou que Portugal continuará a apoiar Angola na formação de médicos, tanto em Medicina Geral e Familiar como noutras especialidades, incluindo a presença de especialistas portugueses em hospitais angolanos.

“O intercâmbio de experiências é essencial. Há patologias prevalentes nesta região que são importantes para os nossos médicos conhecerem, e esta partilha enriquece a prática clínica dos dois países,” sublinhou.

O segundo eixo destacado pela ministra portuguesa foi à cooperação no combate ao VIH/SIDA, particularmente no contexto do Congresso Nacional dos 20 anos do Programa de Luta contra o VIH/SIDA, no qual ambas as ministras participaram.

“Partilhamos experiências e boas práticas. Portugal já apresenta resultados que consideramos positivos, mas tal como Angola, temos muito trabalho pela frente. A meta dos 95-95-95 continua a ser um objectivo comum até 2030.”

A ministra destacou ainda a importância da sustentabilidade no acesso a medicamentos e terapias, sublinhando o papel crucial das indústrias farmacêuticas e da biotecnologia como parceiras no esforço global para garantir o acesso universal à saúde.

O terceiro ponto da visita foi à observação directa de modelos de gestão e funcionamento de unidades de saúde de diferentes níveis de complexidade, desde unidades de cuidados primários até o hospital visitado.

“Estivemos esta manhã numa unidade de cuidados de proximidade com uma ampla oferta de serviços, urgência básica, vigilância de gravidez, vacinação e obstetrícia. Agora visitamos um hospital de elevada complexidade, seguramente um dos mais modernos que já conheci, mesmo comparando com centros hospitalares europeus,” afirmou Ana Martins.

A ministra portuguesa elogiou o nível tecnológico e organizacional do hospital, e destacou o potencial da cooperação também nas áreas de gestão hospitalar, logística, farmácia e formação de gestores de saúde.

“Um sistema nacional de saúde é, provavelmente, o mais complexo de todos os sistemas de um país. E é essencial, porque sem saúde não há desenvolvimento, nem qualidade de vida. O que testemunhei aqui em Angola é uma transformação profunda e concreta na área da saúde”.

Na ocasião, a ministra Sílvia Lutukuta reforçou o compromisso de Angola com a formação de quadros e agradeceu a cooperação contínua com Portugal.

“Recebemos com muita honra a visita da Senhora Ministra Ana Martins, que tem sido uma parceira estratégica no âmbito do nosso memorando de cooperação. Um dos frutos mais recentes desta parceria foi a formação de mais de 117 médicos angolanos em Portugal, com rotações em várias unidades de saúde do nível primário”, disse.

Sobre a luta contra o VIH/SIDA, destacou que Angola está comprometida com as metas internacionais. “Continuamos a investir na vigilância epidemiológica, na promoção da saúde, no combate à discriminação e no acesso ao tratamento. A meta 95-95-95, ou seja, 95% das pessoas que vivem com HIV saibam que estão infectadas; 95% das pessoas diagnosticadas com HIV estejam em tratamento antirretroviral e 95% das pessoas em tratamento tenham carga viral indetectável. “Esta é uma prioridade nacional.”

Segundo dados mais recentes, Angola reduziu a taxa de prevalência do VIH na população em geral de 2% para 1,6%, e a taxa de transmissão vertical (de mãe para filho) de 26% para 14%.

“Esses avanços foram possíveis graças ao envolvimento de múltiplos atores, incluindo o projeto ‘Nascer Livre para Brilhar’, liderado por Sua Excelência a Primeira-Dama da República,” afirmou a Ministra.

A visita da ministra da Saúde de Portugal ao Complexo Hospitalar General “Tonha Pedalé” simboliza para as autoridades, não apenas o fortalecimento dos laços de cooperação entre os dois países, mas também o reconhecimento dos avanços significativos de Angola no setor da saúde.

Ambas as ministras reafirmaram o compromisso de continuar a trabalhar conjuntamente em projetos estruturantes que garantam o acesso universal, equitativo e de qualidade aos cuidados de saúde.

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