Garimpeiro de 25 anos atingido com uma bala na cabeça por segurança da empresa Capacete na Lunda-Norte
Um cidadão de 25 anos, que atende pelo nome de Alfredo Júnior Pedro, escapou à morte, após ser alvejado com um disparo de arma de fogo à cabeça, por um suposto efectivo da empresa de Segurança Capacete, que protege a Sociedade Mineira do Cuango (SMC), no município de Cassanje-Calucala, na província da Lunda-Norte.
Jordan Muacabinza|Cafunfo
A vítima, um jovem garimpeiro, que se encontra com a bala ainda encravada na cabeça, terá sido encontrada pelos seguranças na área de Vuka – território de exploração de diamantes sob o controlo da Sociedade Mineira do Cuango (SMC), nas margens do Rio Cuango, onde praticava o garimpo artesanal.
Segundo Alfredo Júnior Pedro, o facto aconteceu às 6 horas da manhã, do dia 16 de Setembro, quando em companhia de seis colegas garimpeiros, foram surpreendidos por um grupo de quatro agentes da empresa de Segurança Capacete, que mesmo ter sido pago o valor de 20 mil kwanzas aos Seguranças da empresa privada Kadyapemba, para que tivessem o acesso à zona de exploração.
Os homens armados fizeram dois disparos, um dos quais atingiu à cabeça do jovem de 25 anos. “Quando se aperceberam que me atingiram os seguranças colocaram-se em fuga, sem dizer nada, e devido a gravidade da situação, os meus colegas, resolveram em fazer participação no posto Policial da Regedoria Ngonga-Ngola”, contou, que disse ter sido evacuado para o Hospital Geral de Malanje, onde recebeu os primeiros socorros.
Em companhia do seu pai, a vítima baleada, disse que, a empresa cujo agente disparou contra si, apoiou apenas com um valor de 50 mil kwanzas, que disse ter servido simplesmente para a sua alimentação.
Posto em Malanje, os médicos observaram que tinha a bala cravada na cabeça, mas que não podia ser submetida à cirurgia, “porque os médicos disseram que posso perder a vida”, tendo recebido quatro lâminas de comprimidos retirados da Farmácia do Hospital Geral de Malanje. “Regressamos para casa por conta própria, pois a empresa recusa-se assumir as despesas”, lamentou.
A população denuncia que os autores de casos de torturas e assassinatos continuam alegadamente impunes diante dos órgãos de justiça, mesmo diante de queixa-crimes apresentadas com provas pelas vítimas ou seus familiares.
“Os crimes cometidos pela Segurança Capacete, Kadyapemba e outras empresas privadas, continuam sem responsabilização civil e criminal”, disse um dos activistas dos direitos humanos, que exige punição dos presumíveis implicados pelo crime cometido.

