Administração da Camama considera acto administrativo retirada de famílias do perímetro do projecto “Jardim de Rosa” em Luanda

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A Fiscalização da Administração Municipal da Camama considera caluniosas e infundadas as informações postas a circular nas redes sociais, sobre alegada destruição de residências de famílias no projecto afecto ao condomínio Jardim de Rosa, em Luanda.

Segundo um vídeo, que viralizou nas redes sociais, dezenas de famílias terão sido colocadas ao relento pela fiscalização da Camama com o apoio de efectivos da Polícia Nacional do Comando Municipal, após a destruição das suas habitações no Jardim de Rosas, facto que foi refutado pela Administração da Camama.

Falando aos órgãos de comunicação social, o director municipal da fiscalização, inspecção e segurança alimentar, Ariclenes Matias fez saber que “todas as informações colocadas nas redes sociais são infundadas e até caluniosas, pois ninguém rasgou qualquer material do partido que suporta o Governo, muito menos foi usada violência contra as pessoas”.

“As informações nas redes sociais são falsas e caluniosas. Nenhum material de apoio governamental foi destruído. Ninguém foi maltratado. Foi uma acção administrativa legítima”, reforçou.

De acordo com o responsável, a acção protagonizada “foi um acto administrativo e não violência”, que decorreu de uma reclamação da empresa UNIPREVE, que terá construído as habitações em 2017, supostamente ocupadas pelos moradores saídos nos bairros periféricos da Camama e Talatona.

“As estruturas já estavam erguidas com 52 residências. As pessoas foram notificadas por escrito. Diante da resistência, fomos obrigados a usar meios administrativos para retirá-las”, explicou Ariclenes Matias, tendo acrescentado que “algumas saíram voluntariamente”.

Ariclenes Matias disse que, para garantir a segurança das famílias, a Administração da Camama disponibilizou três camiões para transportar os seus pertences, que foram levados para os bairros onde residiam.

Famílias queixam-se de falta indemnização

As dezenas de famílias, que se encontram ao relento nas proximidades do espaço em causa, afirmam que vivem no terreno há cinco anos, e justificam a ocupação das habitações devido a não indemnização de camponeses pelas empresas construtoras.

O cidadão António Pedro Fonseca, em nome das demais famílias vítimas, afirmou que as casas demolidas foram erguidas sobre terrenos cultivados por suas avós, há várias décadas.

“Nós já residíamos no local muito antes da empresa ‘Bagdá’ (parceira da Unipreve) surgir”, disse, ressaltando que “as lavras das nossas avós foram destruídas com a promessa de indemnização, que nunca se concretizou”.

Segundo António Pedro Fonseca, as casas construídas no terreno foram abandonadas desde 2010, sendo que, em 2017, voltaram ao local e encontraram apenas escombros. “Fizemos melhorias e reconstruímos com esforço próprio. Porém, a Administração da Camama demoliu tudo, sem nunca termos sido notificados”, lamentou.

Direcção da empresa construtora fala em prejuízos avultados

O assistente administrativo da empresa MAR GRANDIOSO, Faustino Samuel, em parceria com a empresa UNIPRIVE, explicou que as construções na zona foram iniciadas em 2013, mas interrompidas por questões administrativas entre os sócios e, posteriormente, pela pandemia da COVID-19.

“Depois de um primeiro grupo de invasores ter sido retirado em 2022, outro grupo voltou a ocupar as casas inacabadas. A empresa MAR GRANDIOSO é a proprietária legítima e responsável pela construção das residências”, revelou.

Com/CK

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