Oposição “condena” intenção do MPLA alterar Constituição para dar terceiro mandato a João Lourenço em 2027
Reacção da UNITA e PRS:
O general José Tavares Ferreira é citado como a figura dentro do MPLA que assumiu a responsabilidade de mobilizar apoios junto de sectores da sociedade para o inicio de debates sobre um eventual terceiro mandato Presidencial de João Lourenço.
Segundo o portal de notícias Club-K, ladeado de Norberto Garcia, do Gabinete de Acção Psicológica, o general Tavares reuniu-se na tarde de sexta-feira, última, com elementos da sociedade civil e alguns revus para abordagem do assunto.
O tema da revisão constitucional – que dará lugar à alteração dos limites de mandatos presidenciais – foi sendo sentido em abordagens de João Lourenço quando num dos seus comícios durante campanha eleitoral em que revelou que não se governa um país, em 10 anos.
Muito recentemente, o Presidente João Lourenço falou sobre alteração da constituição na abertura de uma reunião do Comitê Central do MPLA, mas o assunto ficaria “congelado” depois de alertado por um membro do Bureau Político, Carlos Feijó, que sugeriu que debater o assunto num momento em que se esta em final de mandato seria perigoso.
Depois de perder dois terços da Assembleia Nacional, o MPLA precisaria pelo menos o apoio de 17 deputados da oposição para poder fazer aprovar a revisão constitucional.
Entretanto, comentando sobre o assunto, o secretário provincial da UNITA em Luanda, Nelito Ekuikui, “condenou” a intenção do partido no poder e lembrou que, o presidente João Lourenço “conseguiu o segundo mandato à margem do jogo democrático”, por isso, pensa que “se trata de uma manobra de diversão” por considerar que, o também líder do MPLA, “não tem popularidade para forçar mais um mandato”.
A fonte do Club-K, que temos vindo a citar avança que, a reunião conduzida na passada sexta-feira, pelo general Tavares terá estudado dois cenários, um dos quais passaria pela mobilização de apoios da sociedade civil (jovens activistas com inclinação à UNITA), e a identificação de elementos da bancada parlamentar da UNITA que se revelam vulneráveis a aliciamentos.
À Rádio despertar, o deputado Nelito Ekuikui sublinhou que o Presidente da República e o seu Executivo deviam estar preocupados com a resolução dos problemas básicos das populações do país e não apenas com a manutenção do poder.
Ekuikui assegurou que, os parlamentares eleitos pelo seu partido nas últimas eleições, não vão defraudar a confiança depositada pelo povo nas urnas, adiantando que, a pretensão do MPLA não vai contar com o apoio de nenhuma deputado da UNITA.
Já, o líder do PRS, esclareceu que, a Constituição da República de Angola (CRA), aprovada em 2010, estabelece apenas dois mandados ao Presidente da República, por este facto, diz Benedito Daniel, João Lourenço cumpre o último mandato de cinco anos saído das eleições gerais de 24 de Agosto último.
O político do Partido de Renovação Social entende que não será fácil o aliciamento de deputados na oposição para fazer vincar a vontade de João Lourenço e do partido que o suporta.