Em Cafunfo: Jovem garimpeiro baleado pelos seguranças da empresa privada Kadyapemba

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Um homem de 28 anos, que atende pelo nome de Zito Muassefo, foi baleado na semana passada por supostos agentes de segurança da empresa privada Kadyapemba, que protege a Sociedade Mineira do Cuango (SMC).

*Jordan Muacabinza | Cafunfo

A família denuncia que, Zito Muassefo encontra-se entre a vida e a morte após ter sido baleado pelos seguranças da empresa Sociedade Mineira do Cuango (SMC) “Kadyapemba”, quando em companhia dos demais garimpeiros, foi surpreendido pelos seguranças em causa na zona de exploração de diamantes de “DAFF” localizada nas proximidades do bairro Candongo.

O jovem garimpeiro artesanal contou a este portal que foi baleado pelas costas tendo a bala saída no peito, quando tentava escapar dos homens. “Devido à falta de emprego e, tendo em conta a fome e miséria oferecida, nos sentimos obrigado a deslocar para irmos a qualquer zona de garimpo a procura de sustento, e aqui a única chance de sobreviver, é colocar nossas vidas em risco em troca de pão de cada dia”, disse o jovem que se encontra igualmente com o braço fracturado.

Em função disso, sublinhou Zito Muassefo, “organizei um grupo de garimpeiros para que fossemos a área do DAFF, onde a maioria dos jovens desta vila vai a procura pela sobrevivência e, quando chegamos começamos a tirar os rejeitados que a empresa tem lavado e deitam na vala”.

“Para entrar tivemos que pagar a segurança Kadyapemba, para que tivéssemos o acesso ao local, mas mesmo depois da nossa entrada, fomos surpreendidos com vários disparos e um dos quais me atingiu”, lamentou.

Descreveu que, depois de ter sido baleado, os seguranças da empresa Kadyapemba,  enquanto o mesmo sangrava foi tirado do local já estado de coma e quando recuperou os sentidos deu-se conta que estava no Hospital Regional de Cafunfo, onde estava a receber assistência médica e medicamentosa até ser transferido para o Hospital Geral de Malange.

“Quando o país é governado pelo um velho ditador negro, há sempre relatos de mortes, tortura, injustiça e nem ha respeito pela dignidade da pessoa humana,  e quando esses casos continuam a prevalecer nessa região muito rica é porque, as referidas empresas que arrancam vidas de civis são bem protegidas por lei, e o Ministério da Justiça e Direitos Humanos é tido como uma carta fora de baralho”, disse um dos activistas.

A população disse a este portal que os casos de assassinatos ou torturas de civis têm sido constantes em toda região do Cuango e não só, sob o olhar silencioso das autoridades competentes, incluindo o Presidente da República, João Lourenço, que de acordo com os populares “nada faz para travar o mal que todas as semanas tem matado pessoas indefesas”.

“O município do Cuango, durante o consulado do governador Ernesto Muangala, e no actual império de João Lourenço, os habitantes desta província registaram vários assassinatos de civis nas zonas de garimpo, actos praticados pelos agentes da defesa e de segurança, pelos efectivos da segurança privadas em serviços de empresas de poderosos de Angola, e sem falarmos de graves massacres ocorrido no dia 30 de Janeiro  e de outros casos de assassinatos”.

Para os activistas, os actos que têm sido praticados por estas empresas configuram em crimes contra a humanidade. “condenar esses crimes que são cometidos pelas empresas de segurança privadas de grandes poderosos angolanas por estarem a arrancar vidas de cidadãos e exigimos que parem definitivamente, basta de mortes em Cafunfo”, disse.

“Consulado de Ernesto Muangala é o mais sangrento”, diz população

“Perante essas atrocidades cometidas de forma selectiva, têm vindo a preocupar os activistas e defensores de direitos humanos na Lunda-Norte”, afirmam os populares, considerando que “essas más praticas que tem sido protagonizadas pela segurança, têm sido intencional e tendenciosas, por isso, não ter havido intervenção pelo executivo angolano e a empresa de segurança Kadyapemba nunca foi responsabilizada pelos vários crimes cometidos, sendo que o consulado de Ernesto Muangala é o mais sangrento”, afirmam.

Fazem constar que, durante o consulado do governador Ernesto Muangala, quer na administração de José Eduardo dos Santos assim como no actual Presidente João Lourenço, “o povo das Lundas continua a ser assassinado, torturado, espancado, e submetido em várias sevícias”, o que para os defensores de direitos humanos configura em crimes contra humanidade.

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