Organização Friends of Angola condena aliciamento de activistas pelo regime no poder

Compartilhe

A organização não-governamental Friends of Angola (FoA) manifesta-se “indignada” com supostos actos de aliciamento de jovens activistas, alegadamente pertencentes ao auto-denominado Movimento Revolucionário (MR), com vista a não realização de manifestações que contestam a governação em Angola, sob a liderança do Presidente João Lourenço.

Fonte: Rádio Angola

Em nota de “repúdio” assinada pela directora nacional da Friends of Angola, Délcia Chitém, enviada à Rádio Angola, a organização que defende a transparência e boa governação no país, escreve que, “tomou o conhecimento através de relatos de cidadãos nas redes sociais de um alegado acto de aliciamento de um grupo de jovens supostamente pertencentes ao auto-denominado Movimento Revolucionário para o cancelamento da manifestação do dia 26 do corrente mês com o objectivo de exigir a destituição do Presidente João Lourenço”.

Perante o sucedido, refere à nota, “a FoA repudia tal acto praticado por um suposto membro afecto ao partido no poder, tal como ilustram as mensagens divulgadas nas redes sociais, pois, tal acto fragiliza a máxima do combate a corrupção levada como bandeira de governação do Presidente João Lourenço assim como a moralização da sociedade por ele apregoada”.

Segundo a Friends of Angola, “como defensores dos direitos humanos, promoção da transparência e boa governação em Angola, a FoA reitera que “não existe democracia, paz, desenvolvimento e Estado de direito sem liberdade de expressão, reunião e de manifestação”, pelo que, entende aquela organização com sede em Washington DC, Estados Unidos de América (EUA), “o exercício da cidadania não pode ser alienado por ser um direito constitucional e um pilar de todos os estados democráticos no mundo”.

“No âmbito do direito de informar e ser informado, a FoA insta o partido no poder a se pronunciar publicamente sobre o envolvimento nos actos supracitados”, lê-se no documento, que acrescenta que “não se acaba com a corrupção, pobreza, falta de serviços de saúde e educação com qualidade corrompendo angolanos e angolanas, que usam o seu direito constitucional para melhorar a qualidade de vida das suas famílias e comunidades”.

A “nota de repúdio” da Friends of Angola (FoA) termina “encorajando a todos cidadãos e organizações da sociedade civil, a manterem-se coesos na luta pelos direitos civis e políticos, sendo estes garantes do bem-estar da sociedade”.

“A corrupção de jovens financeiramente vulneráveis que tentam exercer os seus direitos constitucionais é um atentado não apenas a sociedade civil, mas também ao processo democrático, que continua a ser atacada por elementos a favor de um sistema cleptocrata”, finaliza.

Leave a Reply