Em Cafunfo: População protesta nas ruas contra assassinatos constantes de civis

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Os moradores do sector diamantífero de Cafunfo, no município do Cuango, província da Lunda-Norte, protestaram na semana passada contra às mortes constantes de civis, incluindo a de adolescente de 14 anos, que em vida respondia pelo nome de Santa Manuel, assassinada a tiro alegadamente por um militar das FAA.

*Jordan Muacabinza |Cafunfo
Fonte: Rádio Angola

A pequena Santa Manuel foi baleada mortalmente no dia 29 de Maio último, por um suposto efectivo do Serviço de Inteligência Militar Externa (SIME), afecto a 52° Brigada das Forças Armadas Angolanas (FAA), facto que deixou indignado os familiares, amigos, parentes e a população no geral, que exigem que se faça justiça.

Para “condenar” o acto alegadamente praticado pelo das FAA, os populares do conhecido bairro Gika, considerado por muitos como sendo “bastião do MPLA”, decidiram realizar uma manifestação com cartazes que repudiavam mortes de civis na vila diamantífera.

A manifestação aconteceu numa altura em que era aguardada a chegada ao local do administrador municipal do Cuango, do coronel da mesma brigada e o comandante provincial da Polícia Nacional, que vinha para manifestar solidariedade aos familiares da vítima.

Por esta via, os familiares receberam apoio por parte das Forças Armadas Angolanas e organizações não-governamentais (ONGs), o que para a comunidade de Cafunfo, “os alimentos não compensam a vida que se apagou, disto estamos a pedir a todos os juízes e advogados, a rasgar suas vestes perante esta situação da menina de 14 anos, arrancada a vida no sábado dia 29 de Maior de 2021”.

Os habitantes de Cafunfo dizem que “não vivem em clima de paz, apenas ambientes de terror”, afirmam os manifestantes.

O protesto que percorreu diversas artérias da vila de Cafunfo culminou defronte à casa dos pais da pequena Santa Manuel, assassinada a tiro, cujo infractor, segundo os manifestantes “deve ser responsabilizado civil e criminalmente”.

Segundo apurou a Rádio Angola, mais de 500 moradores de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte participaram no protesto contra as mortes de cidadãos naquela região diamantífera do país.

“Ate quando as mortes no vosso próprio Bastião? Não queremos assassinos, basta de mortes em Cafunfo”, podia ler-se nos diversos cartazes exibidos pelos jovens, crianças e adultos.

“As amigas da falecida, pegaram no caixão, puseram por cima a mesma haste correndo até defronte à Esquadra do bairro Gika, quase atacavam a esquadra policial, o que não aconteceu, algo que preocupou todo o aparato do governo local e provincial, que apareceram para se solidarizarem com os familiares da malograda”, disse um dos moradores.

Para a população, a morte de Santa Manuel, 14 anos, chama atenção e preocupação sobre os assassinatos cometidos pela Nacional (PN), Forcas Armadas Angolanas (FAA) e pela segurança Kadyapemba, em Cafunfo, nesses últimos tempos, “sem falarmos de outros assassinatos, que têm vindo a ocorrer nas zonas de garimpo, e em várias localidades da província da Lunda –Norte”.

Entretanto, a brutalidade de efectivos de defesa e segurança “inspirou reacções negativas aos jovens, incluindo militantes do MPLA, bem como de entidades religiosas e organizações de direitos humanos”.

Vítimas de assassinatos na Lunda-Norte por agentes da Polícia Nacional e das FAA

Um jovem de 18 anos, identificado por Garcia Joãozito “Zezito”, foi baleado mortalmente com um tiro na cabeça, ao princípio da noite de segunda-feira, 8, de Fevereiro por efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), em Cafunfo.
Ainda no dia 24 de Abril deste ano, o jovem Nelito Caxita Nacadilacu (C4), 27 anos, foi morto com um tiro na cabeça por um efectivo da segurança Kadyapemba, na localidade de Tximbulaji, na regedoria de Ngonga Ngola, no município de Xa-Muteba.

No Mesmo dia (24 de Abril), atingiram igualmente o jovem Yanvua João Modesto, 25 anos, na perna esquerda pela segurança Kadyapemba em serviço da empresa Sociedade Mineira do Cuango.

“Sem deixar de mencionar o grave massacre do dia 30 de Janeiro de 2021”, disse a fonte à Rádio Angola.

Para isto, necessita-se que o governo angolano, deve encontrar soluções sobre as mortes constantes de cidadãos, que têm ocorrido nesses últimos tempos, porque segundo a Construção da Republica de Angola, afirmou um dos anciãos, “o Estado respeita e protege a vida da pessoa humana, que e inviolável”.

“Mas, o que temos a constatar aqui na Lunda-Norte e em particularmente na vila de Cafunfo, esses casos têm vindo a preocupar os habitantes desta região muito rica em diamantes”, disse, acrescentando que “se o problema é são os diamantes, precisa-se que o Executivo angolano transfira esta população para outra área, ou seja, que se transfira as terras para a cidade alta”.

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