EM MALANGE: POLÍCIA NACIONAL PRENDE JOVENS ENCONTRADOS EM DEBATE ACADÉMICO NUMA ESCOLA PÚBLICA

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Um grupo de dez jovens, incluindo um menor de 15 anos, foi detido no fim-de-semana, na cidade de Malange, após ser encontrado num debate académico, com o tema: “Desafio dos jovens para o desenvolvimento sustentável de Malanje”, na Escola Pública António Agostinho Neto.

Rádio Angola

Segundo consta, os jovens realizam desde o mês de Dezembro do ano passado, na escola pública Agostinho Neto, actividades com anuência do seu director, tendo começado com uma feira do livro, que durou três dias e, de lá para cá, têm organizado outros eventos, como debates, palestras sem que vesse havido qualquer tipo de problema.

No dia em que foram detidos, assim que chegaram à escola, local habitual das actividades, perceberam que havias agentes da Polícia Nacional à paisana no perímetro.

Estando o portão da escola aberta, os jovens entraram e foram, acto contínuo, detidos, enquanto ouviam dos agentes “Poulet” e “Panzo” que “já deviam estar mortos e se fosse há uns dias atrás, eu próprio vos fuzilaria”.

O activista Eliseu Muango, disse à Rádio Angola que os jovens, incluindo um adolescente de 15 anos, estão a sofrer agressões pelos homens da Polícia Nacional (PN) e Serviço de Investigação Criminal (SIC).

Eliseu Muango, apela por isso, a intervenção da sociedade civil e da comunidade internacional, para a libertação do grupo detido sem culpa formada.

Segundo o Luaty Beirão, advogado que lhes está a representar, Carlos Xavier, não foi apresentado qualquer mandado de captura ou detenção e os jovens ainda não foram ouvidos por um procurador, tendo sido detidos por “invasão”.

Na esquadra, os jovens, dentre os quais um menor de 15 anos de idade, de seu nome Albano Manuel Domingos foram colocados numa cela com outros detidos (supostamente) que terão sido instruídos a desancar nos miúdos, o que fizeram ao longo de horas, sem que a polícia tenha tentado interromper.

Luaty Beirão entende que “o abuso de poder por parte dos comandantes e agentes da Polícia Nacional de Angola tem de terminar, urgentemente; espero que se abra um competente processo contra este comandante e contra quem tiver baixado a ordem superior”.