TAP impede comitiva de activistas angolanos e dois namibianos de viajar para Cabo Verde sem qualquer fundamentação legal
Uma comitiva composta por sete activistas angolanos e dois cidadãos da Namíbia foi impedida, na noite de quinta-feira, de embarcar num voo da TAP Air Portugal com destino a Cabo Verde, via Lisboa, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda. Os jovens, enviados pela Friends of Angola para participar num intercâmbio regional sobre juventude, democracia e autarquias, afirmam que foram barrados sem qualquer justificação legal.
Segundo relatos, o bloqueio foi imposto por funcionários da TAP Air Portugal, sob supervisão de Yuri Liberal, identificado como supervisor da companhia no aeroporto. Os activistas relatam que foram instruídos a aguardar, com a promessa de que a situação seria resolvida, mas mesmo após cinco horas de espera não houve qualquer solução. Nenhum documento oficial foi apresentado para justificar o impedimento.
Entre os impedidos estavam Florence Kapita, Sara Ngueve, Eduardo Ngumbe, Jeiel de Freitas, Carlos Lupuni e Stive. Durante uma transmissão em directo no local, Jeiel de Freitas denunciou o que classificou como um acto de censura e abuso de poder por parte do Estado angolano:
“Isto é para mostrar, em primeira mão, o país que nós temos. Esta é a Angola que Manuel Homem diz que está melhor e que Adão de Almeida afirma ser uma democracia funcional. Democracia não é só discurso; democracia é garantir direitos básicos, como a livre circulação de pessoas. Isto parece mais uma Coreia do Norte.”

A Polícia de Migração e Estrangeiros (SME) negou qualquer envolvimento no bloqueio e afirmou que a responsabilidade é exclusivamente da TAP. Até ao momento, a companhia aérea portuguesa não se pronunciou sobre o incidente.
Jeiel de Freitas alertou que o caso revela a forma como o Estado angolano trata cidadãos que pensam diferente, afirmando que “hoje fomos nós, amanhã pode ser qualquer um”.
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