SIC acusado de humilhar e sujar imagem da funcionária do MIREX com factos que não existem
Os familiares da funcionária do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), ligado a área de do Protocolo, que foi detida da quinta-feira,27, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), e acusada de estar a facilitar vistos de permanência a cidadãos estrangeiros no país, cobrando cada processo 35 mil kwanzas, acusam o SIC de estar a sujar a imagem desta funcionária pública e de “inventar” factos, criminal.
A família, assim como alguns funcionários da instituição asseguram serem falsas as acusações imputadas a mulher de 43 anos, acusada pelo SIC de auxílio à imigração ilegal, facilitação de visto de permanência de cidadãos estrangeiros no país.
De acordo com Serviço de Investigação Criminal, a cidadã está indiciada na prática de crimes de extorsão e auxílio à imigração ilegal.
Segundo ainda o SIC, a funcionária do MIREX tinha em sua posse 11 passaportes, sendo 8 de cidadãos da República Democrática do Congo com a situação migratória irregular sob promessa de renovação do visto em troca de dinheiro.
A informação foi confirmada pelo porta-voz do SIC, Manuel Halaiwa, que falou igualmente da apreensão de mais de um milhão de kwanzas e 700 dólares norte-americanos.
Entretanto, a família e alguns funcionários do MIREX, esclarecem que este órgão ministerial não trata de vistos de permanência, nem de passaportes, pois esta responsabilidade é do SME e das embaixadas.
Conforme o esposo da mesma, Oliveira Huango, em declarações à imprensa, este sábado, assegurou que o SIC fez uma má investigação após receber a suposta denúncia e que está a sujar a imagem da sua mulher indevidamente.
Em declarações ao portal O Decreto, alguns funcionários do Ministério das Relações Exteriores, asseguraram que ficaram espantados com a acusação do SIC, atendendo ao facto deste ministério não tratar de vistos nem de passaportes a cidadãos.
Oliveira Huango, o esposo contou que à família e as pessoas esclarecidas, não conseguem entender como uma instituição como o SIC publicita inverdades à imprensa.
“O serviço onde ela trabalha nada tem haver com isso. Porque não trata de vistos nem de renovação de vistos. E ela nem trabalha com esse tipo de informação”, contou.
Quanto aos passaportes encontrados com a mesma, o esposo conta que a mulher tem feito trabalhos fora do MIREX com agências de viagens para a marcação de agendamentos.
“Os passaportes em posse da minha esposa são válidos e era somente para facilitação de agendamento junto de pessoas das embaixadas. E isso não é crime, porque as pessoas pediram ajuda”, contou.
A família conta ainda que estão tristes pelo facto do SIC rotular a mesma como criminosa e de auxiliar à imigração Ilegal e facilitação de visto.
“Infelizmente a mulher está detida no SIC sem culpa formada”, contam os familiares.
Entretanto, a família diz não entender como o SIC acuso alguém que não é funcionaria do SME de facilitar a imigração ilegal e facilitação de visto.
“Em sede de julgamento, se ficar provado que não cometeu, quem irá se responsabilizar pela imagem da senhora que foi suja? Infelizmente o SIC quer mostrar que está a trabalhar, quando, na verdade, não”, acusam os familiares da cidadã detida.
Segundo o SIC, a detenção da mulher, ocorreu na quinta-feira,27, mediante uma denúncia que dava conta da existência de uma funcionária pública, colocada no Ministério das Relações Exteriores, na área do Protocolo, que facilitava a obtenção de vistos de permanência a cidadãos estrangeiros no país, com vistos expirados, cobrando valores de 35 mil kz por cada processo.
O SIC realça que a mesma foi detida em flagrante delito pela Direcção Central de Operações.
Conta o SIC que esta cidadã recebia das mãos dos cidadãos estrangeiros os documentos e os valores monetários, próximo ao Ministério das Relações Exteriores, para validar ou autenticar esses documentos, que tinha como objectivo a aquisição do visto de permanência, junto de outros órgãos.
Em posse da implicada, conta o SIC, foram encontrados 11 passaportes, sendo oito da RDC e três nacionais, bem como foi apreendido um valor monetário de 1,6 milhões kz, e 700 dólares.