Secretário Nacional Permanente da JURS apela exoneração do governador Ernesto Muangala por “incompetência” governativa na Lunda-Norte
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O líder da Juventude de Renovação Social (JURS), Gaspar dos Santos considerou “crítica” a condição social da população região do Cuango, província da Lunda-Norte, que na sua visão, continuar a carecer de quase tudo, devido a “incompetência” governativa de Ernesto Muangala, a quem defende a sua exoneração pelo Presidente da República, João Lourenço.
Rádio Angola
Durante três dias, o líder da JURS, braço juvenil do Partido de Renovação Social (PRS), trabalhou na vila mineira de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte, no último fim-de-semana, onde constatou em várias localidades o nível de vida daquela população do leste do país.
No final, Gaspar dos Santos manifestou-se indignado com a realidade socioeconómica da região do Cuango, rica em diamantes.
“Ficamos totalmente indignados, porque, realmente o que acontece aqui na Lunda-Norte é um saque, pois quando uma administradora furta chapas de uma escola, estamos diante de um saque”, disse.
O Secretário Nacional da juventude do PRS sublinhou que a Lunda-Norte é uma terra esquecida pela actual governação liderada por Ernesto Muangala, porquanto, entende que, a riqueza explorada não tem reflexo na vida dos seus habitantes.
“Fruto da constatação e auscultação ao longo da nossa jornada, podemos perceber que há pouca intervenção do Estado, ou seja, não existe actuação por parte da administração local nem do governo provincial, com vista à resolução dos problemas básicos que afligem as populações”.
Gaspar dos Santos, jovem político do PRS, revelou que diariamente aumenta o número de crianças órfãos e idosos e bem como da população em geral da maior zona mineira do país, a mendigarem para manterem a sobrevivência em consequência da fome e da miséria, que assola esta franja da sociedade.
Para ele, a realidade social das famílias do Cuango e Cafunfo, motiva o sentimento de “revolta e indignação” no seio da população que habita numa terra bastante rica em diamantes, mas que os seus moradores vivem em extrema pobreza, ao ponto de procurarem o mínimo para poderem sobreviver.
Diante daquilo a que considera a existência de políticas falhadas, Gaspar dos Santos defende, por isso, a exoneração do governador Ernesto Muangala, que há 13 anos gere a província da Lunda-Norte.
“Até crianças de sete e dez anos, já não querem o Ernesto Muangala como governador da Lunda-Norte, pelo que, o Presidente da República já devia exonerá-lo do cargo que ocupa há mais de 10 anos”.
Na visão do líder da JURS, há muito que a incompetência governativa de Ernesto Muangala “ficou demonstrada, pelo que, já é tempo de ser substituído”, disse.
Gaspar dos Santos Fernandes avançou que o actual quadro social e económico da província da Lunda Norte, “é deplorável e de pobreza extrema”, razão por qual, segundo ele, não a necessidade do Presidente da República João Lourenço, manter um governador que não serve os interesse e ansiedade dos habitantes da região do Cuango e principalmente de Cafunfo, onde o diamante é o principal autor pela desgraça de muitas famílias nesta região diamantífera.
“É de lamentar que uma região onde se explora uma das maiores riquezas do país se encontra naquele estado, onde a fome, miséria, pobreza andam de mãos dadas com a população da Lunda-Norte”.
Em Cafunfo, a Rádio Angola constatou que, a população precisa de quase tudo, a vila rica em diamante não tem energia da rede pública há mais de 30 anos, a água potável é, segundo os populares “uma miragem”, pois para o consumo, socorrem-se da água das cacimbas ou percorrem mais de 30 a 40 quilómetros até à lagoa onde retiram o “precioso líquido”, que para eles “não é própria para o consumo humano”.
Os jovens que reclamam a falta de emprego, disseram que, a sobrevivência, têm como solução a prática do garimpo artesanal, mas que também não encontram facilidades devido às acções de torturas e assassinatos que os garimpeiros têm sido alvo.
A maior parte da população dedica-se ao garimpo artesanal de diamante, venda ambulante, serviços de táxi e moto-táxi, actividades estas que alegam encontrarem dificuldades, uma vez que a administração local “não garante as condições necessárias para o seu exercício”.
A estrada principal número 205 que liga a sede do município ao sector de Cafunfo, palco do massacre de 30 de Janeiro “é outro calcanhar de Aquiles” por se encontrar degradada há vários anos, o que tem criado muitos constrangimentos na circulação de pessoas e bens.