Ravina de grandes dimensões corta circulação do município de Caungula na Lunda-Norte

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Uma ravina de grandes proporções engoliu a Avenida Alameda, cortando assim a circulação de pessoas e bens, na estrada que liga os municípios de Caungula, Cuango e Dundo, passando pelo Lóvua.

*Jordan Muacabinza | Cafunfo
Fonte: Rádio Angola

No local, o portal a Rádio Angola constatou que, as ravinas em causa, há muito que veem se alastrando sobre a estrada sob o olhar silencioso das autoridades da administração local, que segundo a população de Caungula, o Governo Provincial da Lunda-Norte, “nada faz para estancar as mesmas”.

Para os habitantes de Caungula, a falta de programas para o combate às ravinas na província rica em diamantes tem estado na base para o aumento destas em toda a extensão da Lunda-Norte, governada há 13 anos por Ernesto Muangala.
“A província necessita de redobrar esforços para combater as ravinas que aparecem por quase toda a região em quantidades alarmantes, sob pena de ver várias vias esburacadas bem como a danificação de muitas infraestruturas económicas e sociais”, disse um dos sobas.

Em declarações a este portal, os populares afirmam que várias vezes solicitaram a intervenção da administração municipal e do governo provincial, mas lamentam que “nenhum clamor foi ouvido”, pelo que, “o resultado está a vista de todos – estrada completamente engolida pelas ravinas, cortando assim a circulação de pessoas e bens, disse um dos munícipes.

A denúncia é de vários cidadãos residentes e visitantes, que lamentam que o progresso da ravina que separou o municipal em dois eixos e não só, “tem a cumplicidade de quem gere a província, por isso, se não houver intervenção imediata, uma vez que na próxima época chuvosa poderá causar maiores dados”.

Segundo os técnicos entendidos na matéria, a formação de ravinas no município de Caungula está associada, fundamentalmente, ao processo de erosão hídrica, que começa quando as gotas da chuva provocam erosão por salpico, desencadeando alterações da estrutura do solo que provocam uma incisão na sua superfície.

Avelino Muacatxamba disse que a erosão que engoliu a Avenida Alameda, destruiu igualmente o chafariz de água construído no âmbito do Programa Integral de Intervenção nos Municípios (PIMM), com o objetivo de fornecer o líquido precioso os populares de Caungula.

Para os habitantes trata-se de um prejuízo total para os cofres do Estado, porquanto, o chafariz custou 20 milhões de kwanzas, o que no entendimento deles, “estes valores deviam ter beneficiado melhor os populares não apenas na construção de um único chafariz”.

O ancião Xapassa Txissuale sublinhou que, “quando os dirigentes têm objectivos de enriquecer ilicitamente, o que lhes resta é a vontade de não prestar a atenção à aquilo que realmente preocupa o povo, pois, este fenómeno não é novo, e esta ravina vem se alastrando desde Dezembro do ano passado, sem houvesse qualquer intervenção das autoridades que muito bem sabiam disso.

Refira-se que o Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA), em Janeiro deste ano, procedeu ao levantamento com vista à reparação da estrada em causa, mas dizem os populares, “até ao momento nenhum sinal se vê”.

Acidente de viação

A população descreve que os acidentes de viação têm sido constantes na estrada que liga o município de Caungula a capital da província (Dundo), sendo que, o mais recentemente ocorreu às 19h50, do dia 27 de Junho último, em que, um camião cisterna que abastece os geradores de antenas de telefonia móvel de uma das operadoras, capotou dentro da ravina da Avenida Alameda, tendo resultado em dois feridos graves.

Testemunhas contam que a falta de sinalização no lugar de perigo teria estado na base do sinistro, o que para eles poderá causar mais acidentes graves, caso as autoridades competentes não intervierem.

“Apelamos à intervenção urgente do senhor Governador da Província da Lunda-Norte, Ernesto Muangala”, disse uma autoridade tradicional.

A Rádio Angola tentou sem sucesso ouvir a administração municipal de Caungula.

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