Rádio Despertar não paga salários aos funcionários há cinco meses
Fonte: O Decreto
Os funcionários da Rádio Despertar, não receberam até ao momento os salários referentes aos meses de Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, assim como décimo terceiro e subsídio de natal 2020/2021. Estas denunciais são recorrentes naquela instituição radiofónica afecta à UNITA.
Segundo um jornalista, a direcção da rádio nada diz sobre o pagamento dos salários. Mas uma fonte junto a direcção da emissora garantiu o pagamentos dos ordenados em atrasos ainda esta segunda-feira, 17.
Por outro lado, os jornalistas lamentam ainda a falta de condições na emissora localizada no município de Viana: “Para fazermos trabalhos fora do estúdio temos de nos deslocar com meios próprios e de Kupapata, porque a estação não tem nem uma viatura”
Após a morte do seu director, Emanuel Malaquias, a Rádio Despertar tem sido dirigida interinamente pelo jornalista Queirós Siluvia, que confrontado pelo O Decreto, confirmou o processamento dos salários ainda esta segunda-feira: “Já tem salário, pode ser processado na segunda-feira” disse, mas os jornalistas afirmam “nada se viu”.
Tribunal volta a bloquear contas da UNITA congelando 400 milhões de kwanzas
Fontes ligadas a UNITA, atribuem ao autoridades judiciais angolanas a culpa da falta de salários nas estruturas daquele partido.
Segundo a fonte que vimos citando, as autoridades judiciais angolanas, voltaram a congelar as contas bancárias da UNITA, depois de já o terem feito, em finais de 2020, sob alegação de que contra este partido recaem problemas judiciais a volta de um edifício comprado na província de Benguela.
O primeiro congelamento das contas da UNITA, aconteceu no momento em que a direcção do partido, seguia para o Huambo para a realização da II Reunião Ordinária da Comissão Política. Na altura o partido tinha uma outra segunda agenda que seria uma actividade em Malanje, tendo este partido enfrentado problemas para pagamento para acomodação da sua delegação.
Desta vez, o bloqueio das contas aconteceu quando uma delegação chefiada pelo líder do partido, Adalberto Costa Júnior preparava-se para uma digressão de trabalho diplomático no exterior do país.
Antes da viagem, Adalberto Costa Júnior que é igualmente deputado a Assembleia Nacional, comunicou, por escrito, ao Presidente do Parlamento angolano, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” que se ausentaria do país, tendo nos termos da transparência, detalhado o itinerário da sua viagem enumerando os países em que passaria.
Responsáveis sindicais despedidos
Na Rádio Despertar não há um núcleo Sindical por expulsarem constantemente a direcção legalmente eleita.
A Rádio Despertar, despediu recentemente três jornalistas que fazem parte do núcleo sindical do órgão, tendo deixado a empresa sem qualquer organização de defesa de trabalhadores, em causa, está o caderno reivindicativo entregue a direcção da Rádio Despertar em Setembro de 2018 ano que exigia a melhoria de condições de trabalho, a inscrição na caixa de segurança social, o pagamento de Imposto de Rendimento de Trabalho e a questão dos salários em atraso.
Serrote Simão, Pedro Mota e Francisco Paulo são os jornalistas despedidos, agora com o processo na sala de trabalho do Tribunal Provincial de Luanda.
Expulsão de jornalistas já é uma prática
O primeiro Núcleo dirigido pelos jornalistas Coque Mukuta, Manuel Luamba e Francisco Menezes foram suspensos, quando voluntariamente cada um destes jornalistas procuraram novas oportunidades.
Recorde-se que em 2014, Elias Xavier Fernandes, então editor e apresentar do programa “Angola e o Mundo em 7 Dias” foi despedido por alegada violação do sigilo profissional num espaço onde o actual deputado Makuta Nkondo era comentador residente.
Elias viria a suicidar-se em 2016 aos 33 anos de idade por razões até agora desconhecidas.