POPULAÇÃO AGASTADA COM EXPROPRIAÇÃO DE TERRAS NA ALDEIA DE OMWOONGO

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A população da aldeia de Omwoongo, na comuna de Ondjiva, município de Oukwanyama, está agastada com as constantes desapropriações de suas terras feita pela administração local e que se tem intensificado nos últimos dias.

Texto de Jesus Domingos

As expropriações começaram em 2013, e a administração pretende colocar a população na localidade de Oshimolo, e, em contrapartida, tem forçado os populares a receberem pequenas indeminizações em dinheiro (ver foto), mas a população diz que para onde estão a ser obrigados a irem não tem condições de realojamento”, pois pretendem colocá-los em tendas.

Também lamentam a falta de escola na localidade, e questionam como ficará o ano lectivo das crianças iniciado na aldeia Omwoongo. A seca que se regista na província também afectou Oshimolo, pelo que os populares temem por falta de água para consumo.

“Se nos meterem num bom lugar, nós vamos, mas se for em Oshimolo não vamos”, desafiaram.

As acções de desalojamento forçado têm sido frequentes em Omwoongo, e na sexta-feira útlima, 15, a associação Ame Naame Omunu (ANO), que já acompanha a situação desde o ano passado, deslocou-se à aldeia consignada onde constatou que a administração pretende ceder o espaço a um desconhecido para interesses privados. Na ocasião, a associação organizou uma sessão de esclarecimento sobre o direito à terra.

Para a ANO, o processo de desalojamento e a forçada indeminização têm sido injustos, uma vez que “os valores dados não correspondem e não servem para nada”.

Em 2014, na sequência das reclamações feitas por várias famílias, uma mãe e filha foram presas pela Polícia Nacional em Agosto. Foram libertadas depois mas perderam a casa e terra. Com medo de represálias, desistiram de reclamar.

Para a administração comunal, a terra é propriedade exclusiva do Estado, disse um funcionário. Pelo que a nossa reportagem questionou quem faz o Estado e como sobrevive o Estado sem as populações. Não obtivemos resposta.

A administração comunal de Ondjiva, dizem os desalojados, está a se comportar desumanamente. Garantiram que não estão a resistir mas apenas querem ir para uma área em condições visto que a localidade do Kwanhama e toda a província é muito seca.

“É uma questão de prevenção e salvaguardar a vida humana que é direito do Estado”, frisaram. A população apela ao governo local e central para a resolução dos problemas.

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