PCA da Konda Marta desmente em carta ao líder do MPLA filiação de camponesas da empresa à UNITA

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O tenente coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA), Daniel Afonso Neto, Presidente do Conselho de Administração da Sociedade Konda Marta II solicitou em carta endereçada ao líder do MPLA, João Lourenço, a autenticidade de cartões de militantes da Organização da Mulher Angolanas (OMA), braço feminino do partido no poder de mais de 500 camponesas, que desde 2016, dizem sofrer a usurpação das suas parcelas de terras mediante ao uso da força por supostos oficiais superiores da Polícia Nacional e das FAA.

A iniciativa do PCA da Konda Marta, de acordo com o documento, surge na sequência de várias acusações de altos dirigentes do MPLA, que acusam o tenente coronel, Daniel Neto e camponesas da Konda Marta, na sua maioria idosas, de alegadamente pertencerem à UNITA – maior partido na oposição, devido a uma doação de bens não perecíveis pelos deputados, em Maio de 2023, com o objectivo de minimizar a carência das camponesas.

Na carta, o subscritor ressalta que “tem havido muitas especulações sobre o tenente-coronel Daniel Afonso Neto, PCA da sociedade Konda Marta – empresa registada no Diário da República IIIº série número 180, acusado o mesmo de ser da oposição por defender a sua propriedade”.

Segundo Daniel Neto, as senhoras nos últimos anos têm visto os seus terrenos a serem ocupados pela força das armas por altas patentes, que supostamente usam os órgãos de defesa e segurança para expropriação das parcelas de terra, que tem resultado em várias demolições “alegando que elas são da UNITA”.

A carta esclarece que, as camponesas, a sua maioria é militante da OMA – Organização da Mulher Angolana – braço feminino do MPLA, sublinhando que “tudo isso acontece para desviar atenção dos dirigentes e defender a invasão, por isso remetemos a sua Excelência Presidente do MPLA, as cópias dos cartões das camponesas para se verificar se são falsas”.

Lamenta que, para enganar a opinião pública e encontrar simpatia junto das autoridades que detêm o poder, alguns dirigentes do MPLA e da Administração da Camama, segundo o tenente coronel, têm alegado que os cartões de militantes da OMA em posse de camponesas são falsos, e apontou os nomes Bento Francisco Bento, Manuel Pimentel Francisco Monteiro Ribas da Silva, actual comandante geral e Joaquim Osvaldo Dadinho de Rosário, ex-comandante do Talatona.

O documento indica ainda os nomes de Eugénio César Laborinho, então ministro do Interior, Rui Duarte, antigo administrador do Talatona e Rosa Coelho, ex-administradora do então Distrito Urbano da cidade universitária.

“Todos esses têm condomínios e quintais erguidos nas lavras de camponesas com recurso a violência policial usando gás lacrimogéneo, brigada canina, cavalo para dispersar as camponesas”, lê-se.

Conforme o documento enviado ao presidente do MPLA, “um dos motivos que na qual eles alegam é facto de que em 2023, o Grupo Parlamentar da UNITA ter doado bens alimentares às camponesas, tendo em conta as condições sociais das mesmas criadas por esta equipa acima mencionado”.

Na carta, o oficial superior das Forças Armadas Angolanas conta que “o tenente-coronel Daniel Afonso Neto vem das extintas FAPLA – antigo braço militar do MPLA, e até hoje nas FAA, em defesa deste Governo e do próprio partido que detém o Governo desde 1975”, refere Neto, referindo-se ainda que “não vemos o porquê da exclusão social da população desfavorecida”, lê-se no na carta com documentos da empresa Konda Marta.

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