MORRE HISTORIADOR SIMÃO SOUINDOULA
Faleceu hoje, às 11H, o historiador e professor universitário Simão Souindoula, vítima de doença, entretanto não divulgada ainda, mas que se sabe que o acometia à cama já há longo tempo. Também foi perito da UNESCO e conselheiro do ministério da Cultura.
Texto de Rádio Angola
Enquanto esteve doente, soube a RA que nos últimos meses da doença foi praticamente abandalhado pelo ministério da Cultura quando àquele órgão foi contactado para auxílio na intervenção médica de qualidade no exterior do país que seria indispensável. Sem ser atendido, o historiador encarregue pelos contactos em solidariedade ao colega de profissão contactou outras pessoas para que tentassem o mesmo apelo ao órgão ministerial, mas sem sucesso.
Simão Souindoula foi representante de Angola no projecto “A rota da escravatura”, lançado em 1994 com o objectivo de abrir o estudo do tráfico de escravos à pluralidade de memórias, de culturas e de representações. Foi igualmente defensor da criação de um museu dedicado ao início da luta armada pela libertação de Angola do jugo colonial português, cuja data é celebrada a 4 de Fevereiro.
As reacções à morte não se fizeram esperar. Patrício Batsîkama, escritor, historiador e professor universitário, lamentou a perda do “notável Historiador Dr. Simão Souindoula”. Luzia Moniz, historiadora angolana, escreveu no Facebook: “Ficámos mais pobre. Perdi um amigo. Um grande intelectual. Um africanista de primeira linha. Paz à sua alma”.
Enquanto esteve em vida, Simão Souindoula escrevia artigos científicos sobre a história de Angola. O espaço onde mais publicava os seus textos era o jornal Folha 8, órgão que republicou ainda no final de semana um dos seus textos, intitulado “História de Angola: Angola ainda chora massacre de Cassanje”.