Ministra da Saúde constata efectivação de cirurgias de cateterismo cardíaco pediátrico no Complexo Hospitalar

Classificado como um “marco histórico” para o sistema de saúde de Angola, a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, visitou, quarta-feira, 17, o Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento (CHDCP), para acompanhar, pela primeira vez no sector público de saúde, intervenções de cateterismo cardíaco pediátrico, um feito inédito na história do país, segundo as autoridades sanitárias.

Durante a visita guiada, a governante acompanhou os pacientes em recuperação pós-operatória e presenciou algumas das intervenções em curso, sublinhando a relevância da campanha de cirurgias cardíacas pediátricas recentemente lançada.

Falando aos órgãos de comunicação social, Sílvia Lutukuta recordou o passado desafiante de Angola no tratamento de doenças cardiovasculares complexas, que segundo ela, “até há pouco tempo, a única solução para muitos pacientes com doenças cardíacas graves era a evacuação médica para o exterior”.

A ministra da Saúde disse que, nos últimos anos, o quadro tem mudado, “graças à visão estratégica do Presidente João Lourenço”, que segundo Sílvia Lutukuta, “tem demonstrado um firme compromisso com a melhoria do sector da saúde, hoje Angola dispõe de um centro de referência nacional para o tratamento de doenças pulmonares e cardíacas”.

A ministra da Saúde fez ainda referência a iniciativas anteriores, como as tentativas de implementação de programas de cardiologia no Hospital Josina Machel com apoio de uma equipa brasileira, bem como projectos desenvolvidos pela Sonangol e pelo Hospital da Cruz Vermelha de Portugal.

Para a gestora do MINSA, foi com a criação do CHDCP que se deu uma verdadeira viragem na história da medicina angolana. “Este hospital já realizou mais de 1.600 cirurgias de coração aberto em adultos, além de inúmeras intervenções de menor complexidade, como implantes de pacemakers e cateterismos cardíacos”.

Acrescentou que “actualmente, estamos também a realizar cirurgias pediátricas e intervenções por cateterismo, um avanço notável que reforça a nossa autonomia no tratamento de patologias cardíacas complexas”.

A titular da pasta da Saúde sublinhou ainda os ganhos dos 50 anos da independência ao nível da formação de quadros nacionais. “Estamos a formar médicos e profissionais de saúde angolanos que não só estão tecnicamente capacitados, como também empenhados em responder com qualidade aos desafios do sistema nacional de saúde. Este é um marco importante e simbólico para os 50 anos do nosso sector”, assinalou.

A propósito do Dia Mundial do Coração, que se assinala a 25 de Setembro, a ministra deixou uma mensagem de sensibilização à população, alertando que, “enquanto especialista de cardiologia, recomendo que cuidemos do nosso coração”.

Segundo a ministra Sílvia Lutukuta, “a hipertensão arterial continua a ser um problema sério em Angola, e é fundamental estarmos atentos à nossa alimentação e aos factores de risco, como o consumo excessivo de sal, gorduras e bebidas alcoólicas”.

Desde o início da campanha, no dia (15) de Setembro, até ao final de quarta-feira (17), foram já realizadas onze intervenções em crianças, das quais quatro cateterismos, uma intervenção cardíaca nesse mesmo dia, e seis intervenções adicionais, já realizadas durante a semana.

No total, estão previstas 19 cirurgias e procedimentos pediátricos até ao final da campanha, um número que as autoridades classificam como “sucesso da iniciativa e o empenho das equipas envolvidas”.

de acordo com o Ministério da Saúde, com esta nova fase de conquistas, o Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento afirma-se não só como um centro de excelência no tratamento de doenças cardíacas e pulmonares, mas também como um modelo de referência na formação de profissionais de saúde, assumindo-se como pilar do futuro da medicina em Angola.

A ministra esteve acompanhada pelo secretário de Estado para a Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio, pelo director-geral do Complexo Hospitalar, Carlos Masseca, pelo coordenador e gestor técnico do projecto de formação dos recursos humanos em saúde, Job Monteiro, bem como por outros membros da equipa médica da unidade.