MEA lamenta “silêncio conivente” da UNESCO sobre degradação da Educação em Angola
O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) entende que sem uma educação de qualidade, inclusiva e equitativa, que permita a oportunidades para todos ao longo da vida, não se alcança a igualdade do gênero e romper o ciclo da pobreza, que para a organização no contexto de Angola deixa milhões de crianças, jovens e adultos sem o rumo desejado para o país.
Numa nota em alusão ao Dia Internacional da Educação, que se assinalou na quarta-feira, 24 de Janeiro, data instituída pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), para celebrar o papel da educação na edificação da paz e do desenvolvimento, o MEA lamenta “com bastante tristeza”, o que considera ser “o silêncio conivente” da UNESCO sobre a degradação do sistema de Educação em Angola, que resvala para a falta de qualidade de ensino nas escolas públicas.
Para o Movimento dos Estudantes Angolanos, a UNESCO, que deveria ser o guardião das crianças perante a falta de tudo nas escolas públicas, “infelizmente” de acordo com a visão do MEA, “assiste a desgraça das nossas crianças com as pernas cruzadas, não fazendo nada, absolutamente nada para pressionar o seu parceiro para mudar o quadro”.
“Sem uma Educação de qualidade, inclusiva e equitativa, e oportunidades para todos ao longo da vida, os países não poderão alcançar a igualdade de gênero e romper o ciclo de pobreza que deixa milhões de crianças, jovens e adultos para trás”, lê-se na mensagem.
Na nota do secretariado para a informação, o Movimento dos Estudantes Angolanos ressalta que “é com enorme tristeza e insatisfação que o MEA comunica a sociedade em geral, que não temos a educação que sonhamos, pois Angola é um dos países que não cumpre os protocolos de Dakar, de 2000”.
O MEA constata que “Angola descumpre com os protocolos internacionais sobre educação, deixando para trás todos os anos mais de 7 a 8 milhões de crianças e jovens sem acesso a educação”.
Nesta data, reforça a nota, “o Movimento De Estudantes Angolanos vem mais uma vez condenar energicamente a irresponsabilidade do Estado no capítulo da educação, pois, temos mais de 19 mil salas de baixo das árvores, em pleno século XXI”, frisou a organização liderada por Francisco Teixeira, acrescentando que “temos escolas faltando giz, escolas sem água, sem quadro, quando nos países que se importam com Educação, escrevem em quadros inteligentes, nós ainda continuamos com giz, deixando propenso aos professores todas as possibilidades de adquirir uma doença profissional”.
A organização que defende os interesses dos estudantes angolanos pensa que a sociedade “não pode aceitar que em pleno século 21, o país continue a produzir analfabetos, crianças e adolescentes de 14/15 anos, que nunca sentaram numa sala de aulas, não sabem ler nem escrever, não podemos olhar isso de ânimo leve”, finaliza.
Com/CK