Massanga Savimbi formaliza candidatura à presidência da UNITA no XIV de Novembro
O filho de Jonas Melheiro Savimbi – líder fundador da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, afirmou que o maior partido na oposição vai manter a unidade e coesão internas, com a realização do XIV Congresso Ordinário, a decorrer de 28 a 30 de Novembro do ano em curso, no Complexo SOVSMO, em Luanda.
Falando aos órgãos de comunicação social, na manhã desta terça-feira, 21 de Outubro, na sala da comissão política da UNITA, após a formalização da candidatura à presidente do partido, Rafael Massanga Savimbi sustentou que a sua entrada na corrida visa contribuir para que o partido alcance o poder político nas Eleições Gerais de 2027.
De 47 anos, Massanga Savimbi, de 47 anos, remeteu a candidatura junto da Comissão de Mandatos num clima de optimismo, confiança, cânticos, danças e aplausos de dezenas de seus apoiantes, que preencheram a sala da Comissão Política da UNITA.
À entrada do complexo da SOVSMO, afecto ao partido, Rafael Massanga Savimbi esteve ladeado da sua mulher, da mãe e de alguns dirigentes históricos do partido, como Manuel Savihemba e o deputado Domingos Palanga, bem como de um cordão de mulheres do braço feminino do partido – trajadas de verde e vermelho – que, com produtos alimentares à cabeça, marchavam entoando canções.
Aos jornalistas, Rafael Massanga Savimbi classificou a formalização da sua candidatura como um primeiro e muito importante passo, em respeito aos estatutos do partido, acreditando que o processo vai correr bem e que a UNITA sairá deste conclave mais unida.
“O partido não vai sair fragmentado deste processo, mas, pelo contrário, saíra mais unido, mais forte para disputarmos as eleições em 2017 e vencê-las”, disse.
“Este é o momento de eu dar o meu contributo para que o nosso partido se unifique cada vez mais, se organize melhor e dispute taco a taco com o MPLA (partido no poder) e vença as eleições. A minha entrada é para contribuir para que a UNITA assuma o poder político em 2027”, garantiu.

Massanga vai disputar a liderança da UNITA com o presidente cessante do partido, Adalberto Costa Júnior, que formalizou a sua recandidatura na semana passada e conta com o apoio de mais de 100 personalidades do partido, entre militantes históricos e atuais dirigentes.
O manifesto público de apoio à recandidatura de Costa Júnior foi desvalorizado por Rafael Massanga Savimbi, observando que este “não é único concorrente” e que vai disputar a liderança em diálogo com os militantes e a sociedade civil.
“Nós vamos disputar o congresso, vamos conversar com os militantes, vamos conversar com a sociedade e vamos partilhar a nossa visão e acho ser este aspeto mais importante e no fim os delegados vão decidir”, declarou.
O político enalteceu o anúncio do Presidente angolano, João Lourenço, da condecoração de Jonas Savimbi, no âmbito dos festejos dos 50 anos de independência de Angola: “É um bom gesto, mas o mais importante é também dizer que não se trata de perdão, trata-se de mérito.
Jonas Savimbi, Holden Roberto (FNLA) e Agostinho Neto (MPLA), ao mesmo título, eles trabalharam para a independência de Angola e é importante que fica claro que não é uma questão de perdão, mas é um mérito”.
Pré-candidato entregou documentos exigidos pela Comissão de Mandatos
Duas pastas de documentos conformavam a candidatura de Massanga Savimbi (filho do fundador do partido, Jonas Savimbi) entregues à comissão de mandatos, criada no âmbito do XIV Congresso Ordinário da UNITA, agendado para 28 a 30 de novembro na capital angolana.
Após a entrega da documentação, seguida de vários aplausos, a mandatária da candidatura, Amélia Judith Ernesto, garantiu aos presentes na sala, entre membros, militantes do partido e atores da sociedade civil, que apoiar Rafael Massanga Savimbi é acreditar na renovação com continuidade.
“É escolher alguém que represente a geração de transição jovem para dialogar com a juventude, suficientemente maduro, que respeita os mais velhos e vai honrar a história. Ele traz consigo a herança dos seus antepassados que evoca a coragem, mas também a responsabilidade de fazer diferente para o melhor”, referiu.
Segundo a mandatária, Massanga Savimbi carrega igualmente a inteligência política de quem compreende as dinâmicas do presente, a energia e integridade que inspiram confiança e a capacidade de mobilizar consensos e fortalecer a união entre os membros do partido, promovendo cooperação e sentido de pertença para cada militante.
Amélia Judith Ernesto assegurou, por outro lado, que a candidatura “não é apenas sobre liderança partidária: É sobre reconstrução moral e ética da política angolana. É sobre fortalecer o papel da UNITA como força política que sonha, propõe e inspira a governar com ética e valores, num compromisso distinto, marcado pela transparência, responsabilidade e respeito à dignidade nacional”.
“Esta entrada (da candidatura) não é apenas um ato administrativo, mas um gesto simbólico de compromisso, de ordem e responsabilidade que confirma a vontade legítima do pré-candidato em servir a UNITA e o povo angolano, com transparência, ética e propósito”, salientou a mandatária.
O coordenador da comissão de mandatos, Silvestre Samy, afirmou que a pré-candidatura de Massanga reflete as múltiplas candidaturas à liderança da UNITA, acreditando que a disputa aconteça apenas entre dois candidatos, porque a fase de candidaturas encerra na quarta-feira.

