MAIS DE 350 MORTES POR TUBERCULOSE PULMONAR NA CIDADE DO LUBANGO
A tuberculose pulmonar matou 353 pessoas, de um total de 2.010 casos registados, em 2017, no hospital sanatório do Lubango, capital da província angolana da Huíla, informaram hoje as autoridades sanitárias locais.
Os números avançados pelo diretor clínico do hospital sanatório do Lubango, Lourenço Kotele, apontam para um aumento de 75 óbitos, comparativamente a 2016.
Segundo o responsável, o aumento do número de mortes deveu-se à falta de medicamentos, além da distância que separa muitos doentes do hospital.
“Houve este aumento drástico pela falta de medicamentos para se fazer um seguimento real dos doentes e temos pacientes que percorrem vários quilómetros e atrasam a chegada à unidade. Muitos deles morrem em menos de 24 horas, por apresentarem um estágio lastimável da enfermidade, principalmente com dificuldades respiratórias”, referiu o diretor clínico.
Citado pela agência noticiosa angolana, Angop, Kotele explicou que a descrença nos serviços de saúde tem sido uma das causas que contribui para o número elevado de óbitos, porque muitos doentes preferem antes ir às igrejas, para se curarem através de orações, e alguns recorrem a tratamentos tradicionais.
“Gostaríamos que as clínicas privadas e unidades públicas de saúde pudessem oferecer o serviço de diagnóstico laboratorial para o doente com tuberculose, o que não se regista na maior parte dos hospitais e centros de saúde locais”, disse o responsável.
Acrescentou que os doentes atendidos são maioritariamente da cidade do Lubango, dos municípios de Chibia e Humpata, sendo os mais afetados homens, com idades entre os 15 e 34 anos.
A ministra da Saúde angolana disse recentemente que a tuberculose é uma patologia com alta taxa de mortalidade, constituindo um caso sério de saúde pública e cuja incidência tem vindo a aumentar desde 2012, com cerca de 60 mil pessoas infetadas pela doença.
Fonte: Lusa