Laurindo Mande defende pressão ao MPLA para implementação de Autarquias Locais em Angola
O director Nacional para os Assuntos Acadêmicos e Institucionais da JURA, braço juvenil da UNITA, Laurindo Mande, entende que, o MPLA, partido que suporta o governo há quase 50 anos, “nunca vai realizar eleições autárquicas de mãos beijadas em Angola”, por considerar que os “camaradas” temem a partilha do poder.
Em declarações ao Club-K, à margem do encerramento das celebrações dos 50 anos de fundação da JURA, que decorreu no domingo, 8, em Luanda, Laurindo Mande, sublinhou que, “apesar da falta de interesse do MPLA”, as autarquias locais “não devem ser relegadas ao esquecimento”.
Para o jovem político da UNITA, pela natureza do MPLA e sua direcção, suspeita que as eleições autárquicas “não serão realizadas nem antes de 2027 e pior em 2027”.
“O Presidente João Lourenço já havia dito que teríamos eleições autárquicas antes de 2020, e depois disse antes de 2022. Até hoje, preferiu aumentar o número de municípios e províncias sem autorização do povo”, disse.
Laurindo Mande pensa que “estamos perante um partido que não respeita a Constituição da República e o povo”. “E o mais grave é que, Angola é o único país da África Austral que nunca realizou eleições autárquicas, isto é pior que uma ditadura”, salientou, pois “até na China tem autarquias”.
Na visão do director Nacional para os Assuntos Acadêmicos e Institucionais da JURA, Laurindo Mande, “as autarquias constituem uma pedra de tropeços do MPLA, porque se o partido no poder realiza autarquias locais perde em todos os municípios e eles estão cientes disto”, por isso, disse Mande, “depender da vontade do MPLA em realizar as eleições autárquicas, é para esquecer, tem de haver pressão senão não haverá autarquias em Angola”, sinalizou.
Os 50 anos de existência da JURA representam símbolo de resistência
Quanto à celebração dos 50 anos de existência da Juventude Unida e Revolucionária de Angola (JURA), braço juvenil da UNITA, segundo Laurindo Mande, representa resistência na luta em prol de uma Angola melhor. “50 anos, meio século de luta, representa símbolo de resistência”, frisou.
“Foram várias fases e contextos diferentes que a JURA passou e cada contexto exigiu e exige a sua devida actuação”, afirmou, acrescentando que, “hoje, o contexto leva-nos a conscientizar os cidadãos, sobretudo a juventude para que juntos, possamos impedir o adiar dos nossos sonhos e o futuro desta e das futuras gerações por um grupo de indivíduos que pensam que o poder é herança dos seus bisavós”.
Disse que, durante a sua trajectória, o papel da JURA sendo braço juvenil da UNITA, “não se diferencia no seu todo com o papel do partido em si”. De acordo com Laurindo Mande, “enquanto organização juvenil, nós temos adoptado um papel de representante da classe de jovens abandonados pelo governo, pressionando e contribuindo com ideias, pensamentos e acções de diversas para classe juvenil”.
Fez saber que não há letargia na actuação da Juventude Unida e Revolucionária de Angola, explicando que, “o que existe é o contexto que a juventude está saturada com o Governo do MPLA e o sequestro de tantos activistas comprados pelo regime, o que faz de que, a JURA tem de tomar dianteira nas acções de reivindicação”.
O político da JURA, disse que, “o há é uma narrativa da acção psicológica para tentar provocar os ânimos. Lá estaremos e lá chegaremos, pois não estamos parados e nunca estivemos”, explicou.
Club-K