JURA exige libertação incondicional dos quatro jovens activistas condenados no ano passado

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A Juventude Unida e Revolucionária de Angola (JURA), braço juvenil da UNITA insta as autoridades angolanas para o cumprimento “escrupuloso” da Constituição da República de Angola (CRA), repondo a legalidade com vista à libertação dos quatro jovens activistas angolanos condenados em Setembro do ano passado pelo Tribunal Provincial de Luanda, quando tentavam realização uma manifestação pacífica, em Luanda.

O apelo vem expresso no comunicado final saído da IIª Reunião Ordinária do Comité Nacional da JURA, que durante dois dias (sexta e sábado), decorreu no complexo Sovsmo, em Luanda.

No comunicado enviado ao Club-K, a JURA entende que Angola é um país que se quer democrático, e suas acções devem ir ao encontro ao que está plasmado na Constituição e na Lei, pelo que “infelizmente”, de acordo com a mocidade do “galo negro”, “ainda não aprendemos a lidar com opinões contrárias”.

“É assim que no presente momento vergonhosamente temos jovens presos por delito de opinião como: Adolfo Campos, Gilson Moreira (mais conhecido como Tanaice Neutro), Hermenegildo Victor e Abraão Pedro Santos”, lê-se.

No comunicado do encontro realizado sob o lema: “inovar e mobilizar para vencer”, a JURA insta as autoridades angolanas para “o cumprimento escrupuloso da Constituição da República de Angola, repondo a legalidade libertando os jovens que são angolanos e têm o direito de ser partícipes naquilo que é a gestão do país que também os pertence”.

Por outro lado, os membros do Comité Nacional da JURA condenam e repudiam os ataques, que para aquela organização juvenil partidária, foram motivados pela intolerância política que continuam a ter lugar em algumas regiões do país, em particular o mais recente ataque que sofreu o deputado Carlos Xavier, “minando assim a nossa sã convivência”.

O comunicado ressalta ainda que o braço juvenil da UNITA acompanha “com bastante preocupação as decisões que se vão tomando e que têm agravado a todos os níveis a situação social e económica do país”.

“A JURA olha com apreensão a subida dos preços dos transportes públicos a 200% o que dificulta e atrapalha a programação financeira e económica das famílias angolanas. A JURA apela ao Executivo que tome decisões que não sejam ataques às iniciativas de crescimento daquela que é a força motriz do país”, pode ler-se.

A organização liderada por Nelito Ekuikui alega compreender a necessidade da ordenação do comércio a nível do país, porém questiona a tomada da decisão de proibir a venda ambulante de vários produtos, numa altura em que, reforça a nota, “os lugares adequados não foram antes indicados”.

Para a juventude da UNITA, “sem estatísticas fiéis dos vendedores ambulantes, não será possível criar condições de acomodação para as mesmas e nestas circunstâncias tais medidas de ordenamento para além de paliativas, continuarão a ser vistas como agressão”.

A JURA diz ter conhecimento de vários projectos de apoio às iniciativas da juventude, mas na prática vemos as decisões do Executivo a atacar e banir constantemente tais iniciativas. Neste sentido, sublinha o comunicado, a JURA insta o Conselho de Ministros a fazer melhor o seu papel, especialmente dando atenção à vontade de empoderamento da juventude e aos decretos e regulamentos que vão à contramão desses intentos”.

O comunicado final prossegue argumentando que a segunda reunião ordinária do Comité Nacional da JURA decorreu num momento em que os trabalhadores debatem-se com uma luta pelos seus direitos e que desembocou no último recurso ao seu dispor para que se respondessem às reivindicações, greve geral dos trabalhadores.

“A JURA repudia a apatia com que o Executivo vem lidando com a situação; questiona a decisão unilateral do Presidente da República em acrescentar 30 mil kwanzas aos salários dos funcionários”.

Diante desta realidade social, a JURA manifesta-se solidária com a terceira fase da greve da função pública prevista para o próximo mês de Junho e recomenda o Executivo angolano a responder às reivindicações de forma consensual e que pense particularmente nos alunos das escolas públicas, que para a JURA, vão sendo recorrentemente lesados pelas interrupções das aulas.

No comunicado, a JURA convida a juventude angolana a participar na luta pela institucionalização efectiva das autarquias locais em todos os municípios do país, apelando os jovens a estarem preparados para responderem os desafios “a eles inerentes”.

CK

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