Jornalistas da Rádio Despertar denunciam abusos e condições degradantes

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Os profissionais da Rádio Despertar estão a viver um autêntico inferno laboral. Salários indignos, falta de respeito e violação dos seus direitos enquanto trabalhadores, são apenas algumas das queixas que têm vindo a público.

A situação agrava-se com a gestão que entendem ser “autoritária” e “arrogante” do actual director-geral da emissora afecta à UNITA, Horácio dos Reis, que, segundo os trabalhadores, transformou a rádio num local insuportável desde a sua chegada.

Arrogância e exigências sem limites

“O director só sabe exigir, não consegue reaver as nossas preocupações”, desabafou um dos jornalistas ao portal “PONTUAL”.

Os trabalhadores acusam Horácio dos Reis de ignorar as necessidades básicas dos funcionários, incluindo o tão necessário subsídio de transporte, que foi eliminado, dificultando ainda mais a chegada dos profissionais à redacção. “Não dá para fazer muita coisa com os salários ‘minguados’ que recebemos”, lamentou outro trabalhador.

Para além dos baixos salários, que rondam os 40 mil kwanzas para repórteres, 60 mil para locutores, 90 a 100 mil para os editores e 25 a 30 mil para os profissionais de limpeza, os jornalistas sofrem com a imposição de faltas injustas.

Estas sanções são aplicadas apesar das dificuldades conhecidas pelo director para que os trabalhadores consigam chegar à redacção, muitas vezes recorrendo a motas ‘kupapata’ ou ‘kaleluia’, transportes inseguros e precários.

Sem férias e subsídio de transporte há largos anos, jornalistas andam de ´kupapatas´ para chegar à redacção. “É um risco que corremos diariamente por falta de dinheiro para cobrir o transporte”, revelaram.

Ausência de férias e falta de apoio da UNITA

Outro ponto de tensão é a ausência de férias. Os trabalhadores não gozam de férias há vários anos, um direito básico que lhes tem sido negado. Indignados, os jornalistas criticam a falta de intervenção do partido UNITA, que mesmo com o aumento de deputados de 16 para 90, não conseguiu melhorar as condições laborais na rádio.

“A UNITA não se importa com os nossos salários ou com a compra de um meio de transporte colectivo para os trabalhadores”, afirmou um profissional.

Um apelo desesperado por mudança

Os trabalhadores da Rádio Despertar fazem um apelo desesperado por mudanças. Eles clamam por condições de trabalho dignas, respeito pelos seus direitos e uma gestão mais humanizada.

A situação actual é insustentável e a voz dos jornalistas precisa ser ouvida para que a rádio possa continuar a cumprir a sua missão de informar a sociedade angolana com qualidade e responsabilidade.

Os jornalistas esperam que a divulgação destas denúncias sensibilize as autoridades competentes e a direcção da UNITA para que tomem as medidas necessárias, garantindo um ambiente de trabalho justo e digno.

Procuramos ouvir o director da referida estação, mas sem sucesso, até a publicação da matéria.

Fonte: PONTUAL

Radio Angola

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