HÁ MAIS CRISE DO QUE ROUBO “MESMO ASSIM” AS PLATAFORMAS TECNOLÓGICAS ESTÃO A SURGIR EM ANGOLA
Quase todo mundo quer ser jovem. Quase todo mundo tem saudades de ser jovem. Angola não foge as regras. Visto que, Angola é um país que se caracteriza por possuir uma população maioritariamente jovem. Esta realidade constitui uma base objectiva para a definição e implementação de políticas públicas que promovam o seu desenvolvimento humano e bem-estar, condição indispensável para se construir um país mais próspero. Na qual, a dimensão da população em idade activa e a tendência de crescimento nos próximos anos impõem que a juventude esteja no centro das atenções do governo angolano. E seria bem melhor em primeiro lugar como prioridade apostar nos jovens, pois, na verdade é, apostar no verdadeiro futuro, no progresso de Angola e na sua inserção no mundo global, cada vez mais competitivo.
Além de o fazer. Há mais crise do que roubo “mesmo assim” as plataformas tecnológicas estão a surgir em Angola. Qual é o investimento que foi investido seriamente na educação dos jovens na sua formação técnico-profissional?
No ajustamento das necessidades do mercado de trabalho e ao desenvolvimento do país. Quais foram os recursos disponíveis ao serviço da Nação que garante a melhoria geral das condições de vida dos angolanos, numa base justa e equitativa?
Parece sempre óbvio que o dinheiro acabou quando se fala muito, e muito de crise porque roubaram, ou porque o povo gastou até o ultimo tostões, mas não é, desde 2004, se não estou em erro, temos vindo atrás, nesta passeata da palavra “crise” com realizações, inaugurações, de várias infra-estruturas do executivo, quase diariamente. Alguns protestando contra atraso de salários pelo governo do MPLA. Temos estado a ouvir os seguintes gritos de revolta do povo com as afirmações “Não é crise! É roubo!”. Podemos chegar de manifestar e acreditar que o dinheiro que estava faltando para pagar salários havia sido roubado pelos corruptos que levaram os dinheiros no exterior do país.
Essa parece ser a ideia mais enraizada na opinião pública angolana nos últimos anos: o dinheiro acabou porque roubaram. Isto não pode ser falso. A coisa mais importante que o povo angolano precisa ter em mente nos próximos anos é o seguinte: teve roubo, teve muito roubo, teve roubo em uma escala aterrorizante. É a minha opinião que, todo mundo que roubou tem que ser punido, nos termos da lei. Mas, não foi isso que causou a crise económica angolana? E para resolver a Crise Angolana, estamos a fazer e faremos sacrifícios. Não é verdade, por exemplo, que haveria dinheiro para pagar todas as aposentadorias, todas dívidas do país, sem salários em atrasos, etc… se os políticos não tivessem roubado o dinheiro. Não haveria. A expectativa de vida dos angolanos que subiu, e a regra actual foi pensada quando as pessoas só viviam poucos anos depois de se aposentarem. Se ninguém tivesse roubado nada, seria necessário reformar o país para o melhor. Será que também não é verdade que a gasolina subia sempre, e os preços de produtos alimentares subiam porque os políticos, ou governantes roubaram?
Os políticos, os empresários roubaram mesmo os bancos com princípios de empréstimos e nem se querem até aqui conseguiram repor, roubaram muito. Se o povo pensar nesse dinheiro roubado como algo que um sujeito pegou e levou para casa, é uma quantia altíssima para poder minimizar a pobreza, e as doenças. E aí se vê que o discurso “não é crise, é roubo” pode atrapalhar muito Angola. O mesmo controle de preço que voltou com os resultados das greves, é inteiramente compreensível, que a opinião pública ache que a corrupção que causou a crise.
O povo angolano vê que o dinheiro acabou, vê que os políticos do executivo e não só. Roubaram muito dinheiro, e acha que não há mistério nenhum aí: acabou porque roubaram. Parece óbvio, fiquei surpreendido com os gastos públicos que já vem crescendo muitos nos últimos meses. De recordar que, nossos problemas de produtividade já existem faz tempo, só ficaram meio disfarçados quando o cenário externo foi favorável em Angola nos anos antes da crise. Precisaremos reformar um monte de coisas para colocar isso tudo em ordem. E o executivo do Senhor PR João Lourenço. Cuidado, portanto, com seus malandros que apareceram nas eleições gastando os seus empréstimos dos bancos públicos e procurarem justificar os custos. Se a corrupção “acabasse hoje de manhã, hoje de tarde a crise económica ainda seria igual”. Palavra de um amigo brasileiro.
“Apostar nos jovens é também investir em programa que promovem a melhoria da saúde reprodutiva, visando a redução das taxas de mortalidade materna, infantil e infanto-juvenil e a prevenção da gravidez precoce das meninas e das infecções de transmissão sexual (em particular o HIV-SIDA), bem como a erradicação da influência de hábitos e costumes como efeitos sociais negativos – PR João Lourenço”. Hoje, falamos das aberturas das “TIC”. Digo que, os governos são plataformas tecnológicas.
Nos países como o Angola ainda não perceberam a dimensão dessa mudança. A ficha precisa cair o quanto antes: governos estão rapidamente se convertendo em plataformas tecnológicas. Alguns países já perceberam isso e estão acelerando sua transição para o digital: Canadá, China, Emirados Árabes Unidos, Estônia, Índia, Israel, Uruguai, Singapura. Outros, como o Angola, ainda não perceberam a dimensão dessa mudança. Ainda acham que tecnologia é um “setor” do governo, que pode ser delegado a uma empresa pública ou a um departamento. Estão errados: no mundo de hoje, tecnologia é o governo.
Na verdade, vale lembrar mesmo que a palavra “cibernética”, em sua raiz grega significa precisamente “governar”. Faz sentido. O futuro da governança depende essencialmente da tecnologia. Por uma razão simples: a vida humana já acontece cada vez mais mediada por ela. Na medida em que o governo vai ficando desconectado, perde sua capacidade de governar. Suas decisões não são implementadas, não têm impacto ou são facilmente contornáveis por caminhos criados pela própria tecnologia. Governo obsoleta deixa de ser governo. Tome-se o exemplo da Índia. O país criou uma plataforma digital para todos os seus cidadãos, chamada Aadhaar. Essa plataforma oferece uma identidade digital para todos os indianos. Por sua vez, essa identidade funciona como interface. Tudo o que o cidadão precisa do governo pode ser acessado pelo celular. E vice-versa. Um indiano não precisa ir hoje a um órgão público levar seus documentos, preencher um cadastro ou fazer uma solicitação. Tudo pode ser feito online, pelo celular. De realçar que, Aadhaar possui 1,1 bilhão de usuários. É uma plataforma que, apesar de pública, rivaliza com as maiores empresas privadas globais de internet em número de usuários. A Índia percebeu —cedo— que governo e tecnologia iriam convergir. Com isso, transformou a governança do país em digital. Em cima do pilar do Aadhaar, várias oportunidades e serviços estão sendo criados. Isso permitiu à Índia inclusive desmonetizar a economia. O país retirou do mercado todas as notas mais altas de dinheiro. Todas as cédulas de rupias indianas de valor equivalente a mais de R$ 20 foram retiradas de circulação. Apenas dinheiro de “troco” circula hoje em papel. Entre as razões para isso está o combate à corrupção. Um político corrupto que quisesse guardar o equivalente a R$ 50 milhões em dinheiro vivo precisaria não de um apartamento, mas de um estádio para armazenar as notas pequenas. Tudo isso só foi possível por causa do processo de bancarização gerado pelo Aadhaar.
O Uruguai é outro exemplo de país que desde 2007 tem um plano claro de digitalização governamental. Colhe hoje os frutos. O país tem uma identidade digital, parecida com a da Estônia, que é gratuita para todos os cidadãos do país. Em 2020, 100% dos uruguaios terão identidade digital. Todos esses modelos são muito diferentes do que estamos fazendo.
Estamos assistindo e ouvir que estamos sendo posto cada dia que passa mais desafios para novo Angola. Vai em sentido oposto e é fundamentalmente equivocada. Ainda dá tempo de mudar de rumo. Até isso acontecer, a ausência de um plano claro para tecnologia no âmbito governamental no país continuará sendo mais um exemplo de desgoverno. Em primeiro lugar, o executivo deve investigar no homem. Como é fácil de constatar, são enormes os desafios que temos pela frente, de modo a conduzir com êxito os destinos do país. Se há mais crise do que roubo “mesmo assim” as plataformas tecnológicas estão a surgir em Angola. Claro que, temos as oportunidades e as portas abertas em todo mundo, somos um país jovem e precisamos que o executivo representado por PR João Lourenço eleito democraticamente para um mandato de cinco anos como terceiro Presidente da República de Angola, em eleições ordeiras, pacificas e entusiastas que tiveram o justo reconhecimento interno e internacional. Uma vez mais, o Povo angolano atribuiu ao MPLA o papel de força política dirigente do estado. Seja ao nível da Assembleia Nacional, seja ao nível do Executivo.