Grupo de activistas e historiador Makuta Nkondo divergem sobre qualidade do activismo em Angola

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Um grupo de activistas, constituído por jovens da sociedade civil e auto-intitulado “Vulcão da Liberdade”, anunciou a realização de manifestações pacíficas nas ruas de Luanda nos próximos dias, contra o que consideram ser “má governação” e “gestão danosa do erário público” por parte do Executivo liderado por João Lourenço.

Entretanto, o jornalista e historiador Makuta Nkondo considera o activismo angolano muito pobre e acusa os jovens de serem mais apegados ao dinheiro do que o macaco à banana: “Gostam mais de dinheiro do que o macaco da banana”.

Segundo os promotores das manifestações previstas para a capital do país, a desigualdade na distribuição das riquezas, a falta de emprego para os jovens e a ausência de concursos públicos nos diferentes ministérios estão entre as principais causas do retorno aos protestos. As declarações foram feitas por Luston Mabiala, um dos integrantes do grupo, que adiantou que a primeira reunião de concertação entre os jovens está marcada para sábado, 11 de janeiro, numa unidade hoteleira da cidade. De acordo com Mabiala, deste encontro poderão surgir “estratégias que vão motivar o regresso das manifestações às ruas de Luanda”.

O antigo deputado à Assembleia Nacional, Makuta Nkondo, considera que os activistas de qualquer nação devem ser uma reserva moral do país, mas, para ele, em Angola a situação é diferente: “Não são formadores de opinião, não incentivam o povo à mudança política e não pressionam o regime a corrigir a sua actuação. Quer dizer, nada de bom, absolutamente nada de bom. Essa é actualmente a realidade do activismo em Angola”, afirmou.

Makuta também teceu críticas à sociedade civil angolana em geral. Para o antigo delegado da Angop, a actuação da sociedade civil em Angola praticamente não existe: “Ou seja, sociedade civil em Angola…”, afirmou.

“Eles se autointitulam sociedade civil, mas, no entanto, com os olhos na deputação. Dizem-se sociedade civil, ativistas cívicos, mas, mais tarde, vão atrás de partidos políticos, atrás de líderes políticos, para que os seus nomes sejam incluídos nas listas de pré-candidatos a deputados. Por isso, a sociedade civil, como tal, em Angola, não se firma, está quase inexistente, fraquíssima”, lamentou.

Mais de 50 jovens manifestantes foram recentemente apontados como beneficiários de dezenas de milhões de kwanzas do financiamento do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), com a intermediação de Norberto Garcia, actual Director do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança do Presidente da República e Auzílio Jacob, actual Governador da Província do Icole e Bengo e colaborador deste gabinete.

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