GESTOR DO HOSPITAL SANATÓRIO DE LUANDA ACUSADO DE DESVIO DE BENS FORNECIDOS PELA CASA CIVIL

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O Director-Administrativo do Hospital Sanatório de Luanda, Joaquim Moçambique está a ser denunciado pelos trabalhadores de má gestão, trafico de influência, nepotismo e desvio de bens alimentares que são fornecidos pela Casa Civil do Presidente da República.

Fonte: Rádio Angola

Fontes da Rádio Angola avançam que os trabalhadores enfrentam muitas dificuldades de alimentação numa unidade sanitária considerada “sensível” dado ao tipo de doentes que diariamente os médicos e demais pessoal administrativo lidam, por isso, dizem os trabalhadores, “é desumano trabalhar das 8h00 da manhã às 15h30, sem tomar uma alimentação adequada”, facto que, segundo os trabalhadores, “pode facilitar o contágio da tuberculose devido à fraqueza do organismo”.

“Esse hospital não é um lugar qualquer, onde as pessoas trabalham sem alimentação adequada, senão é muito fácil ser contaminado pelo bacilo, vírus que transmite a tuberculose, pois aproveita um organismo fraco”, desabafou um dos funcionários que solicitou o anonimato.

De acordo com as denuncias dos trabalhadores, recentemente a Presidência da República, por meio da Casa Civil, disponibilizou um “camião cheio” de alimentação diversa e adequada para à alimentação dos funcionários e dos doentes, mas contam os trabalhadores, para a sua surpresa, “a comida foi guardada para depois ser vendida pelo director-administrativo, Joaquim Moçambique à sua empresa”.

“A Casa Civil abasteceu o hospital, mas essa comida o director administrativo guardou e quando percebeu que estava a deteriorar-se decidiu vendê-la e para o nosso espanto, descobrimos que, afinal, a empresa gestora da alimentação do hospital onde foi vendida a comida, é do director administrativo do hospital sanatório”, disse um dos médicos.

Segundo as nossas fontes, o acto supostamente protagonizado pelo gestor daquela unidade sanitária, Joaquim Moçambique configura “roubo, pois, a comida saiu da Presidência da República para apoiar os trabalhadores e os doentes, mas eles vendem e põe o dinheiro nas suas contas bancárias”.

A Rádio Angola sabe de fonte segura que, desde que a nova direcção tomou posse depois da sua nomeação meses depois da entrada em funções do novo governo, cortou todos os direitos e só escala pessoas da sua conveniência para o regime de turno e estas é que têm direito à alimentação condigna.

Os funcionários acusam igualmente a direcção liderada por Rodrigo Leonardo de ter uma gestão “não transparente” devido ao que chamam de gastos “injustificáveis” com uma alimentação que não é servida a todos os funcionários. Segundo apurou a Rádio Angola, de fonte segura, a nova gestão do Hospital Sanatório de Luanda gasta mensalmente mais de 13 milhões de kwanzas, cuja justificação é a alimentação dos doentes, contra os dois milhões/mês que eram gastos pela antiga direcção. “Se antigamente se gastava apenas dois milhões que servia para a alimentação de quase todos os funcionários, como é possível agora são gastos cerca de 13 milhões mensalmente se a maioria não tem direito à alimentação? Como é que se justifica isso?”, questiona a fonte que temos vindo a citar.

A fonte do Rádio Angola relata ainda que a falta de transparência da actua direcção “chegou ao extremo ao ponto de a casa mortuária ter sido privatizada e está a ser gerida por um dos amigos de Joaquim Moçambique, o director-administrativo”. “O corpo de segurança que funcionava aqui também foi retirado e em substituição, foi colocado outro grupo pertencente à empresa do sobrinho do director administrativo”, denuncia.

DIRECTOR NEGA DE MÁ GESTÃO

E, contactado pela nossa redacção, o director-geral do Hospital Sanatório de Luanda, Rodrigo Leonardo negou a existência de “má gestão e gastos não justificados”. Para o responsável do hospital que cuida dos doentes com tuberculose, o facto de alguns trabalhadores manifestarem-se descontentes “não significa que a unidade sanitária está a ser mal gerido”. “Toda e qualquer mudança numa instituição nunca é bem recebida”, disse.

Rodrigues Leonardo refere que o Hospital Sanatório controla mais de 300 doentes internados, cuja alimentação destes requer muito cuidado. “Se a antiga gestão gasta menos porque dava como alimentação o funji, eu não posso, porque não é uma dieta adequada para os doentes com tuberculose”.

Sobre os trabalhadores que reclama a falta de alimentação durante o horário de serviço, o responsável máximo do Sanatório justificou dizendo que “os trabalhadores do regime geral, abrangidos no horário da função pública entram às 8h00 até às 15h30, por isso, não têm direito à alimentação, senão os de regime de turno”, explicou.

Rodrigo Leonardo não falou sobre a alegada privatização da morgue e o desvio de alimentos supostamente pelo director-administrativo, Joaquim Moçambique.

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