GENERAL MIALA NOMEADO CHEFE DOS SERVIÇOS SECRETOS
Depois de promovido à semana passada ao grau militar de general, Fernando Garcia Miala foi hoje nomeado como chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) pelo presidente da República João Lourenço, substituindo o comissário Eduardo Filomeno Bárber Leiro Octávio.
Texto de Rádio Angola*
Fernando Miala regressa, assim, aos corredores dos serviços secretos anos após a humilhante saída do cargo de chefe do Serviço de Inteligência Externa (SIE) mediante um processo criminal em que foi acusado e condenado a pena de quatro anos em 2007 pelo crime de insubordinação directa ao à altura presidente da República José Eduardo dos Santos, um processo que começou sob pretexto de uma tentativa de golpe de Estado.
Miala ficou preso aproximadamente durante três anos, sendo colocado em liberdade condicional em Julho de 2009, três meses depois de o Tribunal Constitucional ter negado o recurso extraordinário de inconstitucionalidade interposto pelos advogados do ora general e de Miguel Francisco André, um dos visados no processo.
Em 2006, Fernando Garcia Miala foi afastado das suas funções sob acusação de tentativa de golpe de Estado. Além de ter sido acusado de insubordinação por não ter comparecido perante as chefias militares na cerimónia da sua despromoção, Fernando Miala enfrentou acusações mais sérias, que foram a causa da sua exoneração por despacho presidencial: deslealdade ao chefe de Estado, desrespeito à sua autoridade, suspeitas de tentativa de golpe de Estado e desvios de fundos.
Sem qualquer explicação pública ou concepção de amnistia, Fernando Miala voltou aos corredores do palácio presidencial ainda à época de José Eduardo dos Santos, sem saber ao certo as suas funções. O mesmo manteve-se em silêncio, não se sabendo se realmente cometeu o crime de que foi acusado e condenado.
Sob Fernando Miala são ainda imputadas responsabilidades por raptos de cidadãos angolanos, com realce ao filho de Jonas Savimbi, Ululi Sakaita Savimbi, raptado em Dezembro de 2000 em Abidjan, Costa do Marfim, por agentes do SIE. Nunca ficou esclarecida as circunstâncias de tal manobra.
C/VOA