Friends of Angola exige responsabilização dos agentes envolvidos na brutalidade contra manifestantes

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A organização não-governamental Friends of Angola (FoA) condena a brutalidade da Polícia Nacional contra os jovens manifestantes, que na manhã de terça-feira, 15 de Outubro, tencionava realizar um protesto perto da Assembleia Nacional contra o elevado índice de desemprego em Angola.

Rádio Angola

Em comunicado a que a Rádio Angola teve acesso, a organização defensora dos direitos humanos diz que acompanhou com preocupação as informações sobre a força usada pela Polícia Nacional na repressão dos activistas que se manifestaram no dia em que o Presidente da República discursava no Parlamento sobre o “Estado da Nação”.

Segundo a FoA, os cidadãos, maioritariamente jovens, que participaram da manifestação pacifica foram agredidos, apesar do acto ter sido convocado e comunicado às autoridades angolanas em conferência de imprensa em Agosto último, com o propósito de contestar o alto nível de desemprego que aflige sobretudo a juventude.

A Friends of Angola entende que, a manifestação está consagrada na Constituição da República de Angola (CRA, artigo 47º) como uma garantia a todos os cidadãos e sem a necessidade de qualquer pedido de autorização.

Para a organização, a atitude das autoridades policiais foi tão brutal que não se justifica, uma vez que os jovens estavam simplesmente a reivindicar um direito consagrado constitucionalmente. “O actual Governo continua a mostrar-se alérgico às manifestações pacíficas, atitude igual a vivida no consulado do ex-presidente José Eduardo dos Santos”, lê-se na nota.

No comunicado de imprensa, a Friends of Angola refere que, registou que sete cidadãos foram vítimas da repressão, sem contar com aquelas pessoas que estavam simplesmente de passagem, sendo alguns encontram-se hospitalizados e outros ainda foram detidos em diversas esquadras de Luanda.

A FoA diz estar preocupada com o facto destes cidadãos e cidadãs que desde o consulado do ex-presidente José Eduardo dos Santos reivindicam pelos seus direitos e justiça social estejam actualmente a ser confundidos como grupo que pretendem desestabilizar o país ao serviço de membros do MPLA descontentes com a actual direcção do partido e Governo, como acusou o presidente João Lourenço no congresso da JMPLA.

Sendo Angola membro das Nações Unida, União Africana e demais instituições comunitárias, escreve a nota assinada pelo director da FoA em Angola, Rafael Morais, tem responsabilidades acrescidas no respeito pelos Direitos Humanos.

Perante tal violência, sublinha o comunicado, a Friends of Angola (FoA) exige às autoridades competentes que sejam responsabilizados civil e criminalmente os agentes envolvidos na brutalidade.

 

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