Família Ferreira Pascoal acusa elementos da Administração de Cabiri e Militares da PJ de apropriação indevida do seu terreno de três hectares
A Família Ferreira Pascoal acusou, mais uma vez, elementos ligados à Administração Municipal de Cabiri e efectivos da Polícia Judiciária Militar (PJM), de apropriação indevida da sua parcela de terra de mais de três hectares, adquirida em 2002.
Falando em conferência de imprensa, o advogado da Família Ferreira Pascoal, Valdano Samutacache, que apresentou provas, apontou entre os nomes, a administradora de Cabiri, Isabel Nicolau Kudiqueba, um juiz da Polícia Judiciária Militar, Tenente-Coronel Heitor Nunes e o cidadão Francisco Santana, que alega ser o proprietário do espaço.
De acordo com o causídico, a “Família Pascoal Ferreira é a única legítima e proprietária do terreno em conflito”. ”A família Ferreira Pascoal é a única detentora do prédio urbano desde os anos de 2002”, reforçou.
Aos órgãos de comunicação social, Valdano Samutacache sublinhou que, durante o ano de 2002 – período em que o referido terreno foi certificado como propriedade da Família Pascoal Ferreira, foi cedida de forma voluntária alguns pedaços de terra em entidades, que poderão servir de testemunhas e servir como prova em tribunal.
O jurista deu a conhecer que dada a integridade no processo, remeteram um processo crime contra os acusados, junto do Tribunal do Município de Cabiri, no Icolo e Bengo.
À margem da conferência de imprensa, os seguranças que protegiam o terreno de três hectares pertencente à uma família, contaram que foram retirados do espaço por homens armados afectos à Forças Armadas Angolanas (FAA), supostamente orientados pelo Tenente-Coronel Heitor Nunes, que alega ser o proprietário do terreno em causa.
Segundo ainda os populares, o território de Cabiri “transformou-se num escândalo nacional e num símbolo chocante da impunidade, que parece ter ultrapassado todos os limites toleráveis”.
“As denúncias, que chegam da população local, não são meros rumores – são um grito de socorro contra um sistema de poder político, policial e militar que, alegadamente, capturou o território para fins de enriquecimento ilícito e extorsão”, assinalou um dos analistas consultados pelo Club-K.
“A situação agrava-se com a cumplicidade de forças, que deveriam garantir a ordem e a segurança. Os oficiais superiores da Polícia Nacional – o superintendente Azevedo Paim e a inspectora Pitra, juntamente com oficiais das FAA – como o general Zamba e o próprio tenente-coronel Heitor Nunes, são acusados pela própria população de comandar um sistema de medo, extorsão e abuso de autoridade”, denunciou outro morador.
Os habitantes de Cabiri, no Icolo e Bengo – uma das três províncias criadas ao abrigo da nova Divisão Política-Administrativa, solicitam com urgência a intervenção dos órgãos de direito com vista a se travar os níveis de corrupção, nepotismo, tráfico de influência, impunidade, abuso de pode e de autoridade, que reinam dentro da Administração Municipal de Cabiri.

