Exoneração à vista do Comandante-Geral da Polícia Nacional Francisco Ribas
Fontes ligadas ao Conselho de Segurança Nacional confirmaram ao Agita News que o Presidente da República, João Lourenço, prepara mudanças profundas no aparelho de defesa e segurança, numa reconfiguração estratégica que poderá marcar uma nova fase no controlo institucional do país, a poucos meses das próximas eleições.
Segundo informações obtidas, um dos nomes mais fortes para assumir o comando-geral da Polícia Nacional é o do comissário-chefe Domingos Ferreira de Andrade, atual segundo comandante-geral, visto como um quadro experiente e conhecedor da estrutura policial, tendo já exercido diversas funções de chefia ao longo da sua carreira.
A eventual nomeação de Domingos Ferreira de Andrade acontece num contexto de fortes críticas internas e externas ao atual comandante-geral, comissário-geral Francisco Monteiro Ribas da Silva, cuja liderança é apontada como “apagada e sem prestígio” por efetivos da corporação e pela opinião pública.
“Há um sentimento generalizado dentro da Polícia Nacional de que o atual comando perdeu autoridade e capacidade de mobilização. A instituição precisa de um novo rosto e de uma liderança firme”, afirmou uma fonte ligada à corporação.
Reconfiguração estratégica no aparato de segurança
As mudanças em curso não se limitam à Polícia Nacional. De acordo com as mesmas fontes, o Serviço de Inteligência Militar (SIM) também poderá sofrer uma substituição de topo. O atual chefe, general João Pereira Massano, deverá ser exonerado e substituído por um oficial oriundo da Casa de Segurança Militar da Presidência da República, num movimento interpretado como uma tentativa de reforçar a lealdade e o controlo direto do Executivo sobre o setor da defesa.
SME sob observação
Outra figura sob análise é o diretor-geral do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), José Coimbra Baptista Júnior, cuja permanência no cargo está a ser reavaliada após os últimos incidentes e denúncias que colocaram a instituição sob escrutínio público.
“Há sinais claros de que o Presidente pretende uma equipa mais coesa, disciplinada e alinhada com a visão de segurança para o ciclo eleitoral que se avizinha”, destacou uma fonte governamental.
Um período de tensão institucional
Estas movimentações estão a gerar fortes especulações nos bastidores do poder, sendo vistas como parte de uma estratégia de João Lourenço para reconsolidar o controlo sobre os órgãos de segurança, num momento em que cresce o descontentamento social, político e económico no país.
A eventual substituição no comando da Polícia Nacional poderá representar uma tentativa de restaurar a confiança pública numa instituição fortemente criticada pela sua ineficiência, corrupção e afastamento da realidade social.
O Agita News apurou que o anúncio oficial das mudanças poderá ocorrer a qualquer momento, após a conclusão das consultas no seio do Conselho de Segurança Nacional.
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