Ex-militar das FAPLA sente-se injustiçado pelos Dirigentes do Governo do MPLA e aponta o dedo ao Kundi Paihama
Ex-militar das FAPLA sente-se injustiçado pelos Dirigentes do Governo do MPLA e aponta o dedo ao Kundi Paihama como um dos mentores deste sofrimento, por não reconhecer os homens que o ajudaram a tornar-se rico nos dias de hoje.
Fonte: Radio Angola
Reportagem por: Adão Lunge
A minha vida está cada vez mais precária, não trabalho, apenas trabalhava numa empresa privada, essa empresa era de camionagem e a mesma dependia da concorrência que o Porto do Lobito tinha, é através dos fretes dos caminhões que nós eramos pagos, muito bem, agora, o Porto já vai à um bom tempo que não recebe um fluxo de navios como antes e quando não veem os caminhões estão todos parados.
RA – Tudo é fruto da crise económica que se vive no País?
É mesmo isso, como não há navios no porto, os caminhões ficam todo tempo parados, e os funcionários passavam todo tempo a Jogar Wela (…) e assistir a TV no refeitório, com esperança de um dia os Navios regressarem e fazerem sorrir-nos.
É nesta ordem de ideias que, para o patrão era um dispêndio enorme, então decidiu despedir-nos todos dia 31 de Dezembro do ano antepassado (2015), até hoje como chefe de família estou à ver a situação complicada, não tenho dinheiro no bolso, nem alimentação em casa não tenho e eu tenho uma filha de quatro anos, quando sente a fome chora, e quando ela chora sou obrigado a passear o Lobito todo à procura de emprego e ao mesmo tempo a pedir ajuda, Senhor Jornalista, eu fui membro das FAPLA, se formos a olhar pelos trabalhos e missões que exerci, eu não era uma pessoa de estar assim, é um trabalho que hoje devia ter no mínimo uma casa própria e condigna, uma viatura, mas um carro garantido, porque o Kundi Paihama me conhece, os dirigentes todos da Província de Benguela me conhecem.
Estou a falar sério, muitas são tantas emissões que eu dirigi nesta Província de Benguela, no Município do Bocoio, na Comuna da canjala, seja lá onde for, eu conheço isso tudo, operei essas áreas todas, é tanto trabalho que eu prestei pelo MPLA, mas hoje em dia o meu nome para entrar na Caixa Social está a lutar, porquê?
O MPLA é que devia resolver os meus problemas, o Kundi Paihama que obrigava as tropas, as pessoas à entrar nas matas até hoje fugiu, foi na terra dele no Cunene, agora posto lá no Cunene, pela rádio estamos a escutar de que ele é um rico, muito gado bovino e sua criação, os mesmo gado com que está são provenientes do Tchipindo, da Tchindiandia, da Cabanga, a população ficou sem o próprio gado, agora o rico é o Kundi Paihama, mas o Chefe que fazia estas operações sou eu, mas agora o Kundi Paihama ultimamente passou todo dia sentado connosco aqui na Administração, na altura era Ministro da Defesa, quando eu tentava falar para ele me mandava sentar, isso tudo é porque me reconheceu e estava a ver que as minhas palavras estavam a lhe ofender, nunca resolveu os meus problemas até hoje, mas até quando.
O que me faz fazer estes depoimentos é que o povo está a sofrer, o próprio Eduardo dos Santos está a dirigir um partido que não é dos angolanos, é um partido dos estrangeiros e todos os nossos irmos que foram das FAPLA nos batalhões territoriais têm de saber que esse partido do MPLA é um Partido do Mário Pinto de Andrade, isso é a verdade que vos conto, esse partido está a meter vida cara ao povo angolano.
RA – o Dono da frota de caminhões que dependia da vinda dos Navios quando vos despediu deu subsídio de sobrevivência?
Sim, ele deu à todos, por exemplo à mim deu um milhão de Kwanzas (1.200.000,00), isso é que ele me deu, já era no princípio da crise, naquela altura o 1Kg de fuba de Palapala já estava a custar 300,00 Kwanzas, a crise intensificava-se cada vez mais, a partir dai aquele subsídio todo entrou na barriga de todo família.
RA – O subsídio acabou mas não conseguiste emprego?
Não, não consegui emprego e até hoje ando abandalhado, depois de muito tempo e por tudo que eu fiz ao MPLA, a partir das FAPLA e os resultados são míseros, agora reconheci que o culpado é o homem que matou o DR. “SAVIMBI” porque, o Dr. Savimbi para fundar a UNITA, ele sabia da importância que tem para o povo angolano, ele próprio é filho desta Pátria, angolano a 100%, pensei nisso, o que quer dizer que, o Partido da UNITA é um Partido angolano, e o Partido do MPLA é um Partido dos estrangeiros, eu sei disso.
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