Empresas do GRUPO BOAVIDA acusadas de não pagar Segurança Social a mais 4 mil e 700 trabalhadores

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Mais de 4700 trabalhadores das empresas afectos ao Grupo Boavida, cujo Presidente da Administração (PCA) é o polaco Tomasz Dobowr, inclusive empresa ligada as Pescas e Recursos Marinhos (MINPERMAR), denunciaram esta semana ao portal “Repórter Angola”, que a situação actual de inércia do processo de liquidação das contribuições no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) mantém-se e são proibidos de criar comissão sindical, que pudesse resolver os problemas de más condições laborais.

Os trabalhadores do Grupo Boavida denunciam exploração e fuga ao fisco, quando o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), afirma que não tem recebido nada sobre as contribuições descontadas aos trabalhadores por várias empresas em Angola, o que complica o futuro destes jovens no futuro.

O Grupo Boavida, um dos maiores conglomerados imobiliários de Angola, enfrenta sérias acusações de exploração laboral e violações dos direitos dos trabalhadores. Mais de 4.700 funcionários denunciam condições de trabalho precárias, salários abaixo do mínimo legal e ausência de benefícios básicos, como férias remuneradas e equipamentos de proteção individual.

Em declarações ao repórter Angola, Miguel, um pseudônimo adaptado, diz que  “muitos trabalhadores recebem salários de 68.000 kwanzas, abaixo do salário mínimo estipulado para empresas de grande dimensão, que é de 74.000 kwanzas”.

Há denúncias de que a empresa não realiza contribuições ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e mantém inúmeros funcionários sem contratos formais, mesmo após alterações na Lei Geral do Trabalho em Dezembro de 2023.

O Repórter Angola, sabe, por exemplo, que três jovens, Rogério, Gabriel e Hamilton, saíram da empresa em 2022, por motivos próprios de viagem a República da África do Sul e Moçambique, como missionários de uma igreja, mais em 2025 regressaram ao País, tendo se dirigido a caixa do Instituto de Segurança Social (INSS), por espanto, não encontraram nada como registros dos seus dados.

“Ficamos espantados, na altura, nós ganhávamos 40 mil  kwanzas, eles descontavam mensalmente acho que 8 mil kz, mas infelizmente, não temos registos afinal no INSS,” contam sem avançar mais detalhes.

“O Tomasz Dowbor é tudo menos boa pessoa, ele não é,  só lhe interessa a exploração daquilo que consideramos uma nova escravatura em todas 6 ou 8 empresas do Grupo Boa Vida, se olharmos bem é só ele que sai a ganhar, nós não, nos explora, construímos boas obras e ele vende bem caro aos políticos governantes deste país, e paga miséria, Tentativas de sindicalização têm sido reprimidas. Um trabalhador que procurou legalizar um sindicato junto da UNTA foi imediatamente expulso da empresa “, garantiu Miguel.

Há também alegações de disparidades salariais injustificadas, com novos contratados recebendo mais do que colegas com anos de experiência, e casos em que ajudantes ganham mais do que mestres de obra.

Diante dessas acusações, trabalhadores e organizações de direitos humanos clamam por uma investigação rigorosa e ações concretas para garantir condições de trabalho dignas e o cumprimento das leis laborais em Angola.

Estas denúncias ocorrem em meio a outras controvérsias envolvendo o Grupo Boa Vida. O presidente do conselho de administração, Tomasz Dowbor, foi detido em Dezembro de 2021 por abuso de poder e agressão contra uma residente da Urbanização Boa Vida, tendo utilizado forças de segurança privada para retirá-la à força de sua residência.

Fonte: Repórter Angola

Radio Angola

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