Empresa “Konda Marta” acaba com a figura de director-geral e passa para PCA

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A empresa “Konda Marta” vocacionada a venda e loteamento de terrenos, apresentou neste domingo, 12, novos membros de direcção, resultante de um novo organograma, que eliminou o cargo de “director-geral”, cujo responsável máximo passa agora a designar-se Presidente do Conselho de Administração (PCA).

As alterações foram feitas durante a Assembleia Geral, que contou com a participação de centenas de camponesas, que compõem a empresa que litiga com altas patentes da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA), na disputa de terrenos no município do Camama, em Luanda.

Em declarações à imprensa, o PCA da empresa “Konda Marta”, Daniel Neto, fez saber que foram feitas alterações que permitiram a entrada de novos membros na direcção, na sua maioria jovens, com vista a garantir a vitalidade da instituição.

“Deixamos de ter o cargo de director geral como a figura máxima da empresa agora temos o PCA e a senhora Joana Miguel Magita, que era chefes das operações passou para directora adjunto para área administrativa, e com as camponesas estava na frente o senhor Arnaldo Miguel Magita, atualmente chefe da área técnica da empresa passa agora à senhora Mimosa Camongo, como chefe das camponesas, assim como outros colegas”, explicou.

O também porta-voz dos camponeses, esclareceu que a empresa “Konda Marta” é uma instituição de bem, que coopera com o Estado Angolano para a resolução dos principais problemas que afligem as populações, por isso, segundo Daniel Neto, não pode ser catalogado como um “movimento de pressão ao Governo”.

“Demonstramos que não somos um movimento de pressão, conforme têm falado, nós somos uma empresa que é parceira do Estado, que está aqui para ajudar essa população. Como podem ver essa gente toda, há muitos jovens, senhoras e idosas, e estamos a fazer aquilo que a Sua Excelência Presidente da República prometeu ao povo angolano sobre a criação de emprego”, disse.

Daniel Neto espera que o novo ministro do Interior, Manuel Homem, consiga tratar com “sensibilidade” o caso de camponeses da empresa “Konda Marta” na zona do 11 de Novembro, pois para ele, o anterior titular do MININT, Eugénio Laborinho, supostamente “violou os direitos dos camponeses”.

“Felizmente o senhor Presidente da República colocou uma nova liderança no Ministério do Interior, com a saída do senhor Eugénio César Laborinho – o todo poderoso e temido, e agora está um senhor com uma boa índole – senhor Manuel Homem, que acreditamos que é uma pessoa de boa reputação”, disse.

O também tenente coronel das Forças Armadas Angolanas, libertado recentemente sob termo de identidade e residência, entende que “as más práticas que se registam no seio dos órgãos de defesa e segurança, não devem ser atribuídas ao Presidente João Lourenço”.

Para Daniel Neto, “a culpa vem de gente que lhe rodeia, que faz das suas apunhalando as pessoas pelas costas para que as coisas continuem na mesma e a culpa seja sempre do senhor Presidente. Imagine, quando cheguei aqui encontrei uma patrulha da polícia. Com que propósito?”, questionou, sublinhando que “se trata de uma máfia”.

Assinalou que o caso entre a administração local e os camponeses, vai merecer a atenção da Provedoria da Justiça, que segundo Neto, vai manter um encontro com as partes no dia 20 deste mês, “a fim de sobre as demolições feitas de forma ilegal pala administração”.

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