Em Benguela: Vendedores do mercado “Viva Paz” podem perder local de vendas para um “empresário”

Mais de dois mil vendedores do mercado “Viva Paz” no bairro “4 de Abril”, arredores da cidade de Benguela, correm o “risco” de perderem, nos próximos dias, os seus locais de venda, que para muitos, “é a única fonte de sustento da família”, por culpa da “invasão” do terreno por parte de um suposto empresário, identificado por Maia.

Faustino Dumbo | Lobito

Segundo os populares, tudo acontece em pleno Estado de Emergência em que, o mercado “Viva Paz”, no bairro 4 de Abril, está a ser disputado entre o “empresário” Maia, administração do referido mercado e os feirantes”.

Em declarações à Rádio Angola, os vendedores que falaram não quiseram ser identificados denunciam que, o “empresário Maia”, que supostamente conta com o apoio de determinados dirigentes do partido no poder e do Governo Provincial de Benguela, “pretende apoderar-se, a todo o custo de pelo menos quatro talhões, que representam quase metade do maior mercado a céu aberto na província de Benguela, para projectos privados”.

A situação está a preocupar a população local, incluindo partidos políticos, que entendem “existir um plano claro para a usurpação” de um espaço público, que tem beneficiado o sustento de milhares de famílias que dependem tão somente da venda informal, para beneficiar um determinado grupo com o dinheiro que o mercado arrecadado diariamente.

Para entender que realmente se passa no mercado “Viva Paz”, o secretário provincial de Benguela da CASA-CE, Zeferino Kuvingwa, delegou uma comissão encabeçada pelo seu adjunto, Martins Domingos, que manteve uma reunião a administrador municipal, na quinta-feira 21 de Maio.

De acordo com uma fonte da Administração Municipal de Benguela, disse à Rádio Angola que “existe uma comissão fantasma, liderada pelos altos dirigentes do Governo de Benguela, que se tem beneficiado de lucros naquele mercado”.

Sem avançar muitos detalhes, a fonte teme que, os valores que são cobrados no “Viva Paz” e outros mercados informais estejam a ser “desviados para fins pessoais, prejudicando assim os fundos do Estado”.

A fonte alerta por outro lado ao Governo Provincial de Benguela a remeter o caso sob a investigação do Serviço de Investigação Criminal (SIC) “para que o dinheiro passe a ser canalizado na Conta Única do Tesouro”.

“É necessário o SIC entrar no terreno para recuperar as verbas desviadas, porque os tais já estão identificados, mas o governo fecha os olhos fingindo que nada vê”, disse.

E, o activista cívico Angelino, disse a este portal que o governo deve criar um concurso público entre empresas privadas serias no sentido de se atribuir uma gestão “transparente dos mercados informados nas terras das Acácias Rubras”.