Eleições no Brasil: Lula e Bolsonaro voltam às urnas a 30 de Outubro para segunda volta

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O antigo Presidente brasileiro Lula da Silva e o actual inquilino do Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro, vão voltar a enfrentar-se no dia 30 de Outubro, na segunda volta das eleições presidenciais.

Neste domingo, 2, com 98,79 por cento dos votos escrutinados, Lula da Silva tinha 48,15 por cento dos votos válidos, contra 43,44 por cento de Bolsonaro.

Para vencer na primeira volta, um dos candidatos teria de conseguir 50 por cento dos votos mais um.

Tanto Lula da Silva como o seu partido PT assumiram esse desafio, mas ele ficou a 1,45 por cento desse objectivo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou às 21 horas e 25 minutos a segunda volta, quanto tinha escrutinado 96,93% dos votos.

A surpresa da noite ficou a cargo da senadora Simone Tebet, do MDB, que as sondagens apontavam como quarta colocada, mas ela obteve 4,22% dos votos válidos, enquanto o antigo ministro e ex-governador e candidato Ciro Gomes, do PDT, ficou com apenas três por cento dos votos.

A abstenção rondou os 21 por cento.

Com a campanha para a segunda volta a começar na segunda-feira, 3, Lula da Silva considerou que a eleição no dia 30 é uma “prorrogração” e uma “oportunidade para “amadurecer” as propostas e a “conversa com a sociedade”.

“O que é importante é que o segundo turno é a chance de você amadurecer as tuas propostas e a tua conversa com a sociedade. É de você construir um leque de alianças, um leque de apoio antes de você ganhar para você mostrar pro povo o que vai acontecer, o que vai governar este país”, disse Lula da Silva que também considerou importante poder debater com Jair Bolsonaro propostas de Governo entre o dele e o do actual Presidente.

O antigo Presidente disse que nas próximas quatro semanas “vamos conversar com os nossos adversários, com os nossos amigos, com aqueles que pensam que não gostam de nós, vamos convencê-los que nós seremos a melhor opção para melhorar a vida do povo brasileiro”.

Em declarações a jornalistas, Jair Bolsonaro considerou o resultado da eleição uma “vontade de mudar por parte da população” e justificou o mesmo ao impacto da inflação na popularidade do Governo.

“Eu entendo que tem muito voto que foi pela condição do povo brasileiro, que sentiu o aumento dos produtos. Em especial, da cesta básica. Entendo que há uma vontade de mudar por parte da população, mas tem certas mudanças que podem vir para pior”, reconheceu o Presidente que concorre à sua reeleição, dizendo que tentou “durante a campanha mostrar esse outro lado, mas parece que não atingiu a camada mais importante da sociedade”.

Bolsonaro afirmou ainda que na segunda volta vai “mostrar melhor para a população brasileira, em especial a classe mais afectada, que é consequência da política do ‘fica em casa, a economia a gente vê depois’, de uma guerra lá fora, de uma crise ideológica também”.

Ele acrecentou que as pessoas o conhecem melhor e que muitos eleitos para o Congresso o ajudarão “a aprovar certas medidas, como a reforma tributária”.

Por seu lado, a senadora Simone Tebet, em declarações a jornalistas, começou por manifestar o pelo processo eleitoral e desafiou os presidentes dos partidos que integram a sua candidatura, MBD, PSDB e Democratas, a se pronunciarem sobre a segunda volta.

“Eu espero que o façam e o façam rapidamente para que depois eu possa, como candidata à Presidência que fui, nesse momento tão complexo, onde nós temos, sim, que analisar os resultados da urna para que eu possa me posicionar”, afirmou Tebet que prometeu se pronunciar em 48 horas porque ela pretende se posicionar.

Ciro Gomes, que teve a votação mais baixa de todas as suas particpações nas eleições Presidenciais, três por cento, depois de ter conseguido 12 por cento em 2018, disse que nunca viu algo assim.

“Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação”, afirmou o candidato que prometeu se pronunciar depois de falar com os dirigentes do PDT “para que a gente possa achar o melhor caminho para bem servir à nação brasileira”.

Em todo o país, foram eleitos governadores dos 27 Estados mais o Distrito Federal, Brasília, senadores e deputados.

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