Direcção de Gestão de Fundo de Pensões acusada de desvio de dinheiro do oficial general na reforma
Os filhos de Sebastião Cassule António, pai do activista Isaías Cassule assassinado em Maio de 2012 por agentes dos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado Angolano, antigo combatente das FAPLAS e promovido a oficial general do exercito pelo ex-Presidente da República e Comandante-em-chefe das Forças Armadas Angolas, José Eduardo dos Santos, a 5 de Março de 2008, acusam a Direcção de Gestão de Fundo de Pensões, de estar a se beneficiar dos seus direitos.
Fonte: Radio Angola
Gonçalves Vieira
Adão Cassule advoga que os que desobedeceram as orientações após a promoção do seu pai pelo Chefe de Estado, não deviam ficar impunes e serem condenados simplesmente “os que roubam telemóveis. Eu vou acusar mesmo a Direcção de Gestão de Fundo de Pensões de serem os responsáveis pelo desvio do dinheiro que teríamos por direito em nome do nosso pai”.
Em denúncia a Rádio Angola, Adão Cassule, um dos filhos de Sebastião Cassule António, falecido em 2009, conta que desde a morte do seu pai, os filhos passaram a ter como benefício mensal de 32 mil kwanzas na Caixa de Gestão de Fundo de Pensões, enquanto oficial general na reforma, um valor que para a família não corresponde com a patente deixada pelo malogrado.
Os filhos revelam que, depois de tanta insistência e reclamação com provas documentais, a Direcção de Gestão do Fundo de Pensões “decidiu aumentar mais 16 mil kwanzas na mesma pensão, fazendo com que a família esteja a receber mensalmente 48 mil kwanzas”, disse Adão Cassule.
“Mesmo assim, nós não estamos de acordo com esse valor que é muito pouco para um oficial, pois um general a sua pensão não poder ser apenas de 48 mil kwanzas. E se eles acrescentaram mais 16 mil é porque há muito dinheiro que fica com eles”, acusa.
Adão Cassuele, na acusação que faz, aponta o nome de Mário Filho, Director dos Recursos Humanos da Gestão de Fundo de Pensões de ser o principal responsável pelo “desvio” da documentação autorizada pelo presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos.
“Este senhor é que legalizou inicialmente o salário de 29.700 kwanzas e depois passou para 32 mil, e actualmente está fixado em 48 mil”, lamentou Cassule para quem “é o mesmo que está a se beneficiar dos bens e os direitos do nosso pai”.
Diante desta realidade, o filho do antigo guerrilheiro do MPLA, disse que caso a legalidade não seja reposta pelos gestores do fundo, não restará outra alternativa a não ser levar a Direcção de Gestão de Fundo de Pensões às barras do Tribunal.
A redacção da Rádio Angola tudo fez no sentido de ouvir a instituição acusada, mas não resultou. Acompanhe aqui a entrevista completa concedida a Rádio Angola: