Desemprego aumenta em Angola e não há sinais de melhoria
Por VOA
Especialistas angolanos avisaram que a taxa de desemprego no país deverá continuar a aumentar com consequências graves para o país.
Os avisos surgem depois da publicação FIR – Folha de Inquérito Rápida – ter revelado que a taxa de desemprego no país subiu para 31,8 por cento no último trimestre do ano passado, mais 1,7 por cento do que no trimestre anterior.
Isso significa que mais de 356 mil pessoas entraram para a lista de desempregados.
O sociólogo João Sassando considera que o Governo tem que avançar rapidamente na destruição de “monopólios e oligopólios” para se poder libertar a economia e criar novos empregos.
“Se isso não acontecer poderemos ter um crescimento exponencial do desemprego que depois pode gerar outros problemas sociais como violência, aumento do crime, instabilidade emocional das famílias e inevitavelmente vai-nos levar a um estado de caos”, acrescenta.
O académico do Instituto de Democracia e Desenvolvimento (IDD) Figueiredo Mateus avisa, por seu turno, que “a taxa de desemprego tende a aumentar porque a atual lei laboral não ajuda muito”, na proteção dos trabalhadores, mas diz, por outro lado, que uma das principais razões se deve ao fato de nunca ter sido feita uma verdadeira aposta na agricultura.
Essa é a “razão para o êxodo rural para as cidades como se estivéssemos em guerra”.
O sindicalista da SG Sila Francisco Jacinto diz que a situação atual é muito mais crítica do que se mostra, fazendo notar que a população cresce “acima de três por cento e a economia nem a um por cento cresce”.
“Apesar de declarações contrárias dos governantes, a tendência é para o desemprego aumentar”, acredita o sindicalista.
“Nós que acompanhamos de perto o mercado de trabalho (sabemos que) a tendencia é para o desmprego aumentar”, conclui.
O Inquérito ao Emprego em Angola indica que a taxa de desemprego na população com 15 ou mais anos de idade aumentou para 31,8% face aos 30,1% estimados no terceiro trimestre.
A população desempregada com 15 ou mais anos registou um umento de 8,3%.
No caso dos jovens, a variação trimestral foi ainda mais expressiva, atingindo os 9,8%, com o número de desempregados entre os 15 e os 24 anos .
As mulheres continuam a ser mais afetadas pelo desemprego do que os homens (33,5% contra 30,0% para os homens das pessoas com 15 ou mais anos) e a taxa de desemprego na área urbana (42,6%) é cerca de três vezes superior à da área rural (17.0%).