Corrupção e tráfico de influência na Direcção Nacional de Viação e Trânsito arrasta sector ao abismo

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A Direcção Nacional de Viação e Trânsito (DTSER) da Polícia Nacional de Angola (PNA) enfrenta uma série de problemas e acusações envolvendo corrupção, tráfico de influência e má gestão dos sistemas de dados e recursos operacionais.

Um dos jovens que trabalha na intermediação de documentos ligados à DNVT, identificado por Fiel Zua, aponta ao portal O Decreto, várias irregularidades, que vão desde cobranças indevidas a subfacturação, além de supostos acordos obscuros entre altos oficiais e empresas privadas.

“O destaque é a fraca capacidade de reposição de consumíveis, cobrança de valores exorbitantes, sobrefacturação, altas patentes envolvidos na mixa, empresa detentora de dados sensíveis uma vez que está com a base de dados de todos os condutores do país e não aceitam entregar à Polícia Nacional”, contou.

O sistema de gestão de dados dos condutores do país permanece nas mãos da empresa Bull Rai, considerada ineficiente e envolvida em esquemas fraudulentos. Segundo a nossa fonte, essa empresa continua a deter informações sensíveis de todos os condutores em Angola, sem qualquer supervisão directa por parte da Polícia Nacional de Angola (PNA).

Apesar do contrato com a empresa ter sido suspenso pelo antigo Comandante-Geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, em 2022, não houve avanços no processo de transição para uma gestão pública.

“Desde a suspensão, o sistema da PNA continua paralisado, e a Bull Rai mantém o controlo total. Isso expõe a fragilidade do sector e a dependência de uma entidade privada envolvida em esquemas de corrupção”, revelou uma fonte interna.

A fonte ressalta que existe uma onda gritante de reclamações a nível nacional, com destaque para as províncias do Kuanza-Sul, Bié, Huíla, Benguela e Huambo.

“A DTSER/ PNA estavam no Kafrike deste empresa, em troca de envelopes para as altas patentes (Comissário geral Arnaldo, antigo ministro e o antigo secretário de Estado, Carlos Albino), o homem do terreno é o adjunto Domingos Satchitela”, destacou.

Informações indicam que altos oficiais, incluindo o antigo ministro do Interior e o Secretário de Estado Carlos Albino, estariam envolvidos em esquemas de “mixa”, recebendo envelopes em troca de favores concedidos à empresa Bull Rai. O Comissário Domingos Satchitela, director-adjunto da DTSER, é apontado como o principal operador no terreno, enquanto as decisões estratégicas vinham de figuras mais influentes na hierarquia.

O antigo Comandante-Geral, Paulo de Almeida e o Comissário Elias Livulo, que tentaram interromper o ciclo de corrupção dentro da DTSER, foram afastados compulsivamente. “O Comissário Elias Livulo possui informações críticas sobre os negócios ilícitos dentro do sistema. Seu afastamento foi uma estratégia para silenciá-lo”, disse uma fonte próxima à direcção.

“Quem tentou combater este fantasma foi o Comandante-Geral, Paulo de Almeida e o Comissário Elias Livulo, e em função desta luta, foram afastados compulsivamente”, contou para quem “o comissário Elias Livulo é o detentor de informações sensíveis dos tipos de negócios sujos e clandestinos, que ocorrem na DTSER, daí a razão do seu afastamento”, reforçou.

A má gestão e os esquemas fraudulentos têm gerado ondas de reclamações em todo o país, especialmente no Bié, Huambo, Benguela, Huíla e Kuanza-Sul. Entre as queixas estão a cobrança de valores exorbitantes para serviços essenciais, como a emissão de licenças e substituição de consumíveis, além da demora na prestação de serviços básicos.

Nos últimos anos, várias empresas assumiram a gestão do sistema da Polícia Nacional, incluindo Della Rulle, considerada a mais eficiente, Valle Soft, com desempenho moderado e Júpiter, que operou sob critérios rigorosos do Ministério das Finanças, mas foi afastada após apenas um ano. Atualmente, a Bull Rai lidera, sendo descrita como “uma organização mafiosa”.

A sociedade civil e especialistas em governação pública têm pressionado por maior transparência e a nacionalização do sistema. “Não é aceitável que dados tão sensíveis permaneçam sob controle de empresas privadas envolvidas em esquemas de corrupção.

É urgente que o governo assuma a gestão directa para proteger a soberania nacional e a segurança dos condutores”, defende um analista.

Com o sistema da PNA atolado em irregularidades e a má gestão a prejudicar milhões de cidadãos, a necessidade de reformas urgentes torna-se evidente. Enquanto isso, a sombra da corrupção e do tráfico de influência continua a pairar sobre a instituição, comprometendo a confiança pública na polícia e nas instituições do Estado.

“A gestão do Sistema e a distribuição do material que envolve o director-adjunto associado a empresa, desde que o então Comandante Geral suspendeu o contrato até hoje nada avança e o sistema da PNA continua a ser gerido por uma empresa privada que detém o controlo de todos os condutores”, concluiu.

Fonte: O Decreto

Radio Angola

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