Comandante da Polícia da Camama Alexandre Mingas acusado de “desrespeitar” decisão do órgão de soberania
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O PCA da empresa Konda Marta, Daniel Afonso Neto denunciou neste sábado, 18 de Outubro, a presença de um contingente de efectivos da Polícia do Comando Municipal da Camama, supostamente orientados pelo superintendente-chefe Alexandre de Carvalho Mingas — Comandante Municipal do Camama, num terreno pertencente aos camponeses, em “desrespeito” à sentença do Tribunal da Comarca de Luanda, que em Julho deste ano, restituiu a posse provisória à Konda Marta.
Falando em conferência de imprensa, o PCA da Konda Marta denunciou que os elementos ligados à Polícia Nacional “continuam a perturbar aquela que é a orientação do Tribunal da Comarca de Luanda – por sinal, é um órgão de soberania”.
Na semana passada, uma das camponesas, Joana Nzagi Manuel, disse ter sido brutalmente espancada no terreno por alegado agentes da polícia, tendo sido abandonada numa unidade sanitária alegando que foi atropelada por uma motorizada.
A mulher, que se encontra com o corpo coberto por gesso na sequência das agressões, denunciou igualmente o caso aos órgãos de comunicação social, e o responsável da empresa Konda Marta, Daniel Afonso Neto, adiantou que uma participação criminal contra o superintendente-chefe Alexandre de Carvalho Mingas — Comandante Municipal do Camama será apresentada nas próximas horas aos órgãos de justiça do país.

“Como já existe uma queixa-crime contra o comandante municipal da Camama, com esta agressão contra uma camponesa da Konda Marta, vamos reforçar no processo”, disse Neto.
Sobre a invasão do espaço restituído recentemente pelo Tribunal da Comarca de Luanda (TCL), o PCA da Konda Marta sublinhou que os homens, que estavam trajados de batas pretas fazendo-se passar por juízes de um tribunal com a protecção policial, não exibiram nenhum documento.
“Era uma simulação para retirar os seguranças da nossa empresa, porque o comandante Mingas já esteve aqui mais de quatro ou cinco vezes, com o propósito de colocar guardas dos seus clientes”, disse, referindo que “não vamos queixar nenhum juiz, pois não encontramos no local tirando o grupo de invasores”, sustentou.
Recorde-se que o Tribunal da Comarca de Luanda (TCL) procedeu no dia 18 de Agosto de 2025, à restituição provisória da posse do terreno de dezenas de hectares, que desde 2016, encontrava-se em litígio com supostas altas patentes da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA).
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