Cólera mata dezenas de pessoas no bairro Muxinda na Lunda-Norte
Mais de 90 pessoas morreram nos últimos dias em consequência do surto de cólera, que se alastra no bairro Muxinda, município de Capenda-Camulemba, província de Lunda-Norte.
Jordan Muacabinza|Cafunfo
Segundo dados recolhidos no local pelo portal Rádio Angola, até agora, perto de dez pessoas entre crianças e adultos morrem por dia, e dezenas de pacientes por recuperar, situação que tem preocupado as autoridades tradicionais, membros da sociedade civil e a população em geral.
Até ao momento não houve intervenção das autoridades sanitárias da província da Lunda-Norte. Quitumba Ambrósio nome (fictício), contou que no bairro Muxinda, a população atingiu o “auge do surto da cólera”, uma vez que, segundo ele, “o número de vítimas continua aumentando vertiginosamente”, disse, acrescentando que “por dia estamos a registar mais de 10 casos que vão a óbito e poucos estão a recuperar”.
Por sua vez, o cidadão identificado apenas por Jacinto, revelou que os casos de cólera continuam a subir com muita preocupação, tendo como maior parte das vítimas cidadãos com idades que rondam os 15 aos 45 anos.
“A doença é provocada por devido da água que consumimos não é tratado, valas de drenagem não escorre águas e está estagnadas, charcos de águas parada, lixo e falta de saneamento básico ao nível da comunidade, esses são factores pela causa de surto de cólera”, afirmam os moradores.
Um dos munícipes descreveu que, “o meu irmão Adriano, sobreviveu graça a uma intervenção médica do hospital 4 de Abril, onde foi dada alta e já se encontra em casa, mas aqui estamos mal, precisamos de uma intervenção de equipa médica para nos socorrer deste surto causado”, disse.
O Soba Grande da Ladeia frisou que as causas da doença precisam ser “rigorosamente combatidas, pois muitas pessoas estão a morrer devido à doença da cólera”. “Estamos muito preocupados, principalmente a falta de acesso à água tratada nos bairros de periferia do Muxinda, no Capenda-Camulemba faz com que a cólera aumente”.
Os habitantes contam que o bairro Muxinda, teve água pootável nas fase das Eleições Gerais de 2017, mas segundo eles, “depois das eleições a água também parou de jogar nos chafarizes”, situação que se regista igualmente nos bairros Muenhegando, Kangola e Muxinda, arredores de Capenda-Camulemba.
“Bebemos águas de fontes poluídas, onde a população retira água para o consumo”, denunciam os populares, que apelam a intervenção urgente do Ministério de Saúde, para que envie uma equipa reforçada para socorrer a população.
“Se nada for feito, a epidemia pode aumentar, e há possibilidade também de se espalhar para outras localidades vizinhas”, afirmou o cidadão Quitamba.

