“Caso Konda Marta”: Polícias e Camponeses envolvidos em cenas de pancadaria
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Agentes Polícia destacados pelo Comando Provincial de Luanda e do Talatona, para o controlo de terrenos em disputa com a empresa “Konda Marta”, na zona do 11 de Novembro, entraram em pancadaria neste sábado, 1 de Junho, com os camponeses que tudo fazem para impedir a usurpação e ocupação dos seus terrenos por supostos oficiais superiores da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Fontes do Comando Municipal do Talatona, avançam que os agentes da corporação que se faziam acompanhar de uma patrulha da Polícia Nacional, foram obrigados a efectuarem disparos de armas de fogo para dispersar os camponeses, que tentavam impedir a descarga de material de construção civil no seu espaço.
O porta-voz dos camponeses, Daniel Neto denunciou que os efectivos da corporação – dez no total, abordos de uma patrulha, supostamente enviados pelo comandante da Província de Luanda, Francisco Ribas, escoltaram um camião contendo 15 trabalhadores, cimento e areia – material colocado no terreno da empresa “Konda Marta”, no “prosseguimento da expropriação das parcelas dos camponeses”, disse Neto.
A nova incursão, de acordo com Daniel Neto, surge depois da demolição do muro de vedação efectuada na semana passada. “Ontem e hoje, os efectivos do Francisco Ribas envolverem-se em pancadaria com as camponesas, a polícia fez o uso da força com disparos e as camponesas pegaram em gasolina para defender as suas parcelas”, contou.
“Mais uma vez, ficou demonstrado o engajamento de oficiais comissários na máfia de terrenos, com realce para o ministro do Interior, número 8 na lista de distribuição de terrenos do 11 de novembro”, denunciou.
Durante o dia de sábado, os agentes da Polícia Nacional, após a descarga do material (cimento e areia) do camião que a transportou, permaneceram no local protegendo os pedreiros contratados no Calemba 2, que construíram o caboco para dar lugar ao muro de vedação do terreno em causa.
Os efectivos disseram que estavam apenas a cumprir ordens dos seus superiores hierárquicos, apesar de reconhecerem os excessos que têm sido cometidos contra as indefesas camponesas.