Casa Branca anuncia cimeira EUA-África para Dezembro
O Presidente dos EUA Joe Biden anunciou esta quarta-feira, 20, que dará as boas-vindas aos líderes africanos em Washington em Dezembro, uma nova iniciativa para construir laços com o continente onde a influência da China tem vindo a aumentar.
Segundo a Voz de América, Biden disse que vai realizar uma cimeira de 13 a 15 de Dezembro com líderes africanos para “demonstrar o compromisso duradouro dos Estados Unidos para com África”.
“A Cimeira de Líderes EUA-África basear-se-á nos nossos valores comuns para melhor fomentar um novo compromisso económico”, disse Biden numa declaração.
A reunião irá também “reforçar o compromisso dos EUA-África com a democracia e os direitos humanos” e combater a Covid-19 e futuras pandemias, bem como as alterações climáticas e a segurança alimentar, disse Biden.
A cimeira surge quando a China – identificada pela administração Biden como o principal rival dos EUA – bem como a Rússia e a Turquia aumentam acentuadamente a sua presença em África.
A chefe da ajuda externa dos EUA, Samantha Power, instou na segunda-feira a China a fazer mais para enfrentar a crise alimentar global agravada pela invasão russa da Ucrânia, uma vez que anunciou mais de mil milhões de dólares para evitar a fome no Corno de África ressequido.
A China, com a sua busca de recursos naturais e uma explosão de gastos em infra-estruturas, aumentou os investimentos em África cerca de 100 vezes desde a integração da potência asiática na economia global em 2000 e tem-se reunido regularmente com líderes africanos.
Os aliados americanos França, Grã-Bretanha e Japão têm também realizado cimeiras de rotina com líderes africanos.
Biden não especificou a lista de convidados para a cimeira de África. Quando o ex-presidente Barack Obama realizou uma cimeira semelhante em 2014, convidou a grande maioria dos líderes, mas recusou incluir a República Centro-Africana, Eritreia, Sudão e Zimbabué devido a preocupações com os direitos humanos e a democracia.
A cimeira marca um regresso da atenção de alto nível dos EUA após a presidência de Donald Trump, que não fez segredo da sua falta de interesse na África subsaariana.