CACUACO: AGENTE DA POLÍCIA DISPARA CONTRA CIDADÃO INDEFESO
Albino José Freitas, de 24 anos de idade, foi alvejado na perna direita por um agente da Polícia Nacional no dia 31 de Dezembro, dias depois de o mesmo agente ter estado envolvido numa briga que opunha dois grupos rivais, no município de Cacuaco, comuna de Kikolo, bairro Boa Esperança.
Texto de Pedro Gonga
Tudo terá começado no dia 22 de Dezembro de 2017, quando um grupo de jovens, do qual faz parte Albino Freitas, organizava uma festa de rua no fervor das festividades natalícia. Outro jovem, alegadamente um DJ pertencente ao grupo rival, aproximou-se do local e insurgiu-se contra o “músico” pertencente aos organizadores da festa. Quem nos conta o que ocorreu é Eduardo Kangonjo, irmão da vítima
Como reforço, o suposto DJ chamou os seus amigos, e estes vieram acompanhados por dois agentes da Polícia Nacional alegadamente com a missão de apaziguar a confusão. Tão logo chegaram no local onde estava a ser organizada a festa, para espanto de quem acompanhava a cena, o grupo e agentes “começaram a espancar o músico, juntamente com o meu irmão”, conta o irmão da vítima. Conscientes da humilhação com suporte policial, foram para casa.
Dias depois, precisamente no dia do aniversário da vítima, o último do ano, os mesmos dois agentes surpreenderam Albino Freitas quando este preparava em casa a sua dupla festa – virada do ano e mais um ano de vida.
“No dia 31, por voltas das 12 horas, chegaram dois policias de motorizada, estavam fardados, um usava casaco por cima da farda. Agarraram o meu irmão, queriam levá-lo à esquadra”, conta Eduardo.
Albino Freitas resistiu a detenção por não compreender a razão, visto ter sido espancado inclusive pelos mesmos agentes dias antes. Desta resistência pacífica resultou o fatídico disparo.
“O meu irmão mostrou resistência e quando deu costas ao polícia, o mesmo tirou a sua pistola e atirou contra o meu irmão, atingindo no pé directo”, lembra Eduardo Kangonjo.
Tão logo os agentes retiraram-se do local em jeito de fuga, os familiares de Albino Freitas levaram-lhe imediatamente ao hospital municipal de Cacuaco, e de lá foi transferido para o Américo Boa-Vida, onde sofreu uma intervenção cirúrgica e lá permanece até ao momento.
Alegadamente o agente que procedeu ao disparo encontra-se detido no comando municipal de Cacuaco, mas a família não confirma essa informação, tanto que até desconhece a identidade do mesmo. A tentativa para obtermos esclarecimentos da Polícia Nacional não teve sucesso.
“Fomos até a esquadra, no sentido de sabermos sobre o caso, mas fomos informados que esse caso ainda não tem processo, e que passássemos na segunda-feira afim de termos mais detalhes sobre o caso”, disse o irmão da vítima, que acrescenta: “O autor do crime que seja responsabilizado, levado a barra do tribunal, e que possa pagar pelos seus actos. O facto de ele ser policia não quer dizer que tem o direito de fazer o que ele bem entender. Queremos justiça”.
Albano, trabalhador numa loja de venda de roupas, precisa de uma transfusão de sangue O+ e parece não haver entre os familiares próximos quem tenha o tipo sanguíneo compatível (O+ ou O-), pelo que os familiares exortam “a alguma alma caridosa” que, sendo compatível, esteja “disposta a doar”. Para quem mostrar disponibilidade, basta contactar os familiares através dos seguintes números telefónicos: 946742520 – 913565126.