Cabinda: FLEC convida Presidente da República João Lourenço a visitar bases militares das FAC

A Frente de Libertação Enclave de Cabinda (FLEC), por meio das Forças Armadas Cabindesas (FAC), seu braço armado, convidou neste sábado, 31 de Agosto, o Presidente da República, João Lourenço, a visitar as bases militares da FLEC para melhor se inteirar sobre a realidade do conflito armado na província mais ao norte do país.

João Lourenço realiza uma visita de trabalho de dois dias (1 e 2 de Setembro de 2025) à província de Cabinda, a partir desta segunda-feira, para inaugurar a primeira fase da Refinaria de Cabinda e acompanhar outros projectos estruturantes.

Em comunicado enviado ao Club-K, a FLEC-FAC diz que aproveira a ocasião, para “convidar formalmente o presidente angolano João Lourenço a estender o seu passeio até às nossas bases em Cabinda”.

De acordo com a FLEC, a presença do Chefe de Estado angolano em locais “controlados” pelas Forças Armadas Cabindesas (FAC) “poderá assim verificar que os relatórios que lhe chegam a Luanda não passam de ficção”, pois, para o movimento independentista, “a guerra em Cabinda prossegue, custando a vida de muitos soldados angolanos”.

Conforme o comunicado, a direcção da FLEC-FAC está igualmente disponivel para entregar, em mão própria, ao presidente angolano João Lourenço provas do suposto “envolvimento directo de militares e figuras da sua mais íntima confiança no florescente negócio do contrabando de madeiras, minerais e combustíveis em Cabinda”.

O comunicado assinado pelo porta-voz da FLEC, Jean-Claude Nzita adianta que, durante a deslocação às suas bases militares em Cabinda, o Presidente da República João Lourenço poderá igualmente “participar numa homenagem a todos os militares cabindeses e angolanos”, que segundo a FLEC-FAC, “morreram, até à data de hoje, na guerra em Cabinda e que o seu governo insiste em negar”, ressaltando que “assim, o presidente angolano João Lourenço poderá homenagear aqueles que, no terreno, pagaram com a vida a narrativa oficial angolana”.

No comunicado, a direcção da FLEC-FAC apela ainda a toda à população da província de Cabinda “a mobilizar-se à chegada do Presidente angolano João Lourenço”, e insta ao mesmo tempo, que seja recebido “da forma que habitualmente o povo de Cabinda reserva a quem o oprime e humilha”, lê-se.

Fonte: Club-K